Por que razão a Vanguard saiu da Iniciativa Net Zero Asset Managers?

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Créditos: Nick Fewings (Unsplash)

Em 2022, a Vanguard anunciou a saída da Iniciativa Net Zero Asset Managers (NZAM). A decisão gerou uma grande agitação mediática e também levantou muitas questões por parte dos investidores, sobretudo os institucionais, que nos últimos anos têm vindo a incorporar filtros ESG cada vez mais exaustivos nos seus processos de seleção. A gestora americana explicou a razão de ter saído de uma iniciativa a que tinha aderido apenas um ano antes.

A entidade reconhece que as alterações climáticas e resposta global em curso terão consequências económicas de grande alcance para as empresas, os mercados financeiros e os investidores, apresentando um claro exemplo de um risco financeiro material e multifacetado. “A Vanguard tem estado a tomar medidas para compreender e abordar este risco para os retornos dos investidores, inclusive através dos nossos compromissos com as empresas em carteira, os legisladores e os esforços realizados pela indústria”.

A razão da saída

Como parte destes esforços, e em linha com o seu compromisso de promover a divulgação de riscos financeiros importantes das empresas em carteira, a Vanguard juntou-se à Iniciativa Net Zero Asset Managers em 2021. “Tais iniciativas da indústria podem promover o diálogo construtivo, mas às vezes também podem gerar confusão em relação às opiniões das gestoras de investimento sobre esta matéria”, explica a gestora.

De acordo com a Vanguard, foi isso que aconteceu, em particular no que diz respeito à aplicabilidade de abordagens de emissões zero aos fundos de índice, onde a empresa concentra 80% do património gerido.

“Por isso, depois de um período considerável de revisão, decidimos sair da NZAM de modo a proporcionar a clareza desejada pelos nossos investidores sobre o papel dos fundos de índice e a forma como pensamos sobre os riscos materiais, incluindo os riscos relacionados com o clima. Também deixar claro que a Vanguard fala de forma independente sobre assuntos importantes para os nossos investidores. Esta decisão faz parte da nossa avaliação contínua da nossa participação em organizações externas e o seu contínuo alinhamento com a missão e perspetivas de investimento da gestora”, destacam.