Ou como um horizonte de investimento a longo prazo é a cura para todos os males do market timing.
Ter entrado no mercado no final de dezembro exigiu um estômago forte. As últimas sessões do ano para as ações seguiam o rasto em queda que predominou no quarto trimestre, mas também foi o momento ideal para regressar ao mercado. Em apenas mês e meio os principais índices da bolsa somam revalorizações superiores a 5% de forma generalizada. Após uma subida tão brusca, é compreensível que os mais atrasados se questionem se chegaram demasiado tarde. O que diz a História? É melhor esperar pela próxima correção? Bem, irá depender da paciência de cada investidor.
Da DWS ilustram a situação com um simples gráfico. Tenhamos como exemplo um investidor que compra em abril de 2000. Era, como recorda a gestora alemã, um dos pontos mais caros por valorização para as ações norte-americanas até ao final de 2007. Um momento horrível para comprar, certo?
Certamente foi assim durante cinco longos anos. A diferença entre ter comprado nesse pico e comprar 12 meses depois, após a correção, é uma diferença de rentabilidade de 6%; de estar negativo a ter ganhos. E se se multiplicar o horizonte? Bem, iria continuar a ter uma margem ampla entre ter comprado caro ou barato. Neste caso, manter-se até os 15 anos elimina praticamente essa brecha até apenas um 1% de rentabilidade anualizada de diferença.
Porque é que isto acontece? Segundo os especialistas da DWS, apenas través de um ciclo de mercado o investidor poderá capturar a totalidade do risk premium de cada classe de ativos no momento da compra.
A volatilidade também se dissipa
Ter um horizonte longo não só reduz a sensibilidade ao market timing, como também ajuda a que esses retornos sejam mais estáveis. A DWS mediu os retornos anualizados de ações norte-americanas desde 1871 a dezembro de 2018. No primeiro ano, a dispersão entre o primeiro quartil e o último é superior a 40%; a 10 anos, é de 10%. Mas quanto mais se amplia a janela de observação, mais suave é o retorno composto.