Estado português continua a aproveitar no bom momento económico para substituir dívida antiga por dívida nova com taxas de juro mais baixas.
Em mais um leilão de emissão de dívida, desta feita de Bilhetes do Tesouro a seis e a 12 meses, Portugal alcança o objetivo pretendido, colocando 1.750 milhões de euros. As taxas de juro, por sua vez, desceram novamente para ambos os prazos: no prazo mais curto foram colocados 500 milhões de euros a uma taxa negativa de 0,425%; já no prazo mais longo, a taxa foi também negativa e fixou-se nos 0,398%, tendo sido colocados 1.250 milhões de euros. A procura, no caso da emissão de Bilhetes do Tesouro a seis meses, foi mais do dobro da oferta (2,19 vezes). No caso da emissão de Bilhetes do Tesouro a 12 meses, a procura superou a oferta em 1,7 vezes.
Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, destaca, precisamente, a descida das taxas na emissão de dívida de curto prazo, referindo que “Portugal nunca tinha conseguido emitir dívida de curto prazo com taxas tão negativas”, acrescentando que esta “é uma excelente notícia, porque isso significa redução dos custos de financiamento do país”.
Esta situação é algo que já aconteceu em 2017, altura em que Portugal conseguiu “rolar” a dívida de curto prazo. “Beneficiamos de toda a conjuntura favorável que temos tido nos últimos meses, desde a subida nos ratings até à aproximação das taxas portuguesas às dos outros países europeus, a chamada "redução no spread"”, conclui o especialista.