No leilão da manhã desta quarta-feira, o Estado português conseguiu financiar-se com taxas mais baixas do que nas emissões comparáveis anteriores.
Na manhã desta quarta-feira, dia 19 de agosto, o Estado português voltou aos mercados e conseguiu financiar-se a taxas de juro mais baixas do que nos últimos leilões comparáveis. Em termos totais, com os dois leilões realizados, o Estado Português angariou 1.150 milhões de euros: 400 milhões no financiamento a 3 meses e os restantes 750 milhões no leilão a 11 meses.
Foi precisamente no prazo mais curto que a taxa de juro ficou abaixo de zero, situando-se em -0,014%. No último leilão a três meses a taxa tinha sido de 0,044%. Já a 11 meses a taxa de juro foi de 0,021%, menor do que a do último leilão, onde tinha atingido os 0,159%. Em ambas as situações, a procura superou largamente a oferta.
Para Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa “as taxas da dívida portuguesa saíram a acompanhar o movimento de descida da dívida soberana da Europa, para o qual o ambiente “pós-Grécia” tem contribuído. O mais importante, para mim, nem é o facto de termos uma taxa negativa. Mas o facto de as duas taxas serem próximas do zero está a permitir ao país fazer o roll-over da dívida (substituir dívida antiga com taxas ais elevadas por dívida nova com taxas mais baixas) com evidentes ganhos. O custo médio da dívida portuguesa tem vindo a baixar e, aliás, o facto de o montante total emitido ser superior ao pretendido revela o aproveitamento desta oportunidade. Estarmos a baixar o custo médio da nossa dívida é uma óptima notícia.”