Previsões macro para 2021: o que esperam as gestoras internacionais da economia

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Créditos: Vlad Busuioc (Unsplash)

Entre o otimismo e a cautela, as gestoras internacionais fazem o balanço do que foi um ano histórico. Uma crise de saúde global abriu caminho para uma das piores crises económicas em décadas. Com o que se depara a economia nos próximos 12 meses? As empresas estrangeiras partilham as suas previsões macro para 2021.

Aberdeen SI:

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Para Álvaro Antón Luna, responsável pelo mercado português da Aberdeen SI, as perspetivas para o novo ano são, provavelmente, mais incertas do que nunca. “O custo do dinheiro vai permanecer baixo com as atuais taxas de juro, os estímulos fiscais dos governos em todo o mundo vão continuar e há uma grande expectativa relativamente às vacinas”.  Contudo, conta o profissional, “o enorme impacto na economia global é inegável e as expectativas positivas parecem já estar descontadas na valorização de muitos ativos. Embora as nossas carteiras continuem a ter algum risco, este é assumido de forma cautelosa, com um foco na qualidade, na solidez dos balanços e na sustentabilidade. O que o último ano nos ensinou é que a diversificação é fundamental. Vimos de tudo: desde um bear market em março/abril a um bull market algumas semanas depois, passando por uma subida nas ações de grande crescimento, durante o confinamento, e pela subida nas ações de valor desde que a Pfizer anunciou a sua vacina”.

Allianz GI:

Na Allianz Global Investors (AllianzGI), Stefan Hofrichter, economista-chefe da entidade,  explica que “embora o pior da recessão já tenha ficado para trás, o regresso à trajetória de crescimento pré-coronavírus pode levar anos. A economia global tem estado a recuperar das profundezas da recessão Covid-19, mesmo com alguns países a ter de lidar com novas infeções e confinamentos. Os investidores podem querer ir à procura de novas fontes potenciais de rendimento que possam beneficiar da história evolutiva de retoma, além dos setores que prosperaram durante a crise. Muito vai depender da implementação bem-sucedida de uma vacina eficaz e de terapias medicamentosas. As novas vacinas parecem promissoras, mas podemos estar a observar os principais dados macroeconómicos à procura de sinais de momentum, e esperamos grandes diferenças no desempenho por regiões. Se o coronavírus for contido, as áreas atrativas podem incluir ações europeias e asiáticas, setores de valor e títulos corporativos”. Para os investidores institucionais, refere Stefan Hofrichter, “os mercados privados oferecem potencial – em particular, podem aumentar os gastos com infraestrutura graças, em parte, às medidas de estímulo destinadas a impulsionar a atividade económica”.

Amundi:

Victor de la Morena

Para Víctor de la Morena, diretor de Investimentos da Amundi Iberia, o ano que se avizinha vai ser influenciado por quatro temas globais:

1.     Recuperação paulatina e desigual do vírus: A duração da epidemia determinará a forma de recuperação deixando a porta aberta a um perfil de crescimento errático a curto prazo e tenderá a confirmar o nosso cenário central de uma recuperação lenta, desigual e a múltiplas velocidades.

2.     Desglobalização equilibrada: Esperam que uma parte maior do ciclo provenha da procura interna. O comércio global continuará a ser débil e desigual. Como tal, os ciclos vão estar mais descoordenados, o que aumentará as fragmentações e divergências.

3.     As divergências vão impulsionar oportunidades nos mercados emergentes: países como a China vão sair antes da crise e serão mais importantes como motores do crescimento. Espera-se que a maioria das economias subam em 2021, mas o crescimento do PIB mundial deverá abrandar para cerca de 3,5% a médio prazo.

4.     Convergência na combinação de políticas. A trilogia política, fiscal e monetária continuará: teremos que passar a execução do acordado na frente discal, enquanto os Bancos Centrais vão continuar a afinar os acordos monetários.

AXA IM:

Gilles Moëc

Se tivesse de usar uma analogia para descrever a evolução económica, Gilles Moëc, economista chefe de AXA IM, elegeria a letra grega μ. “Estamos numa trajetória em W, só que com a segunda etapa pouco profunda. A nossa previsão de crescimento mundial em 2021 é de 5,2%. Pensamos que o impulso da vacina no crescimento será limitado no curto prazo, mas que terá um impacto forte e prematuro nas políticas económicas”, afirma. Para o especialista, a perspetiva de que as condições normais se possam restabelecer em algum momento na segunda metade de 2021 deverá fazer com que os responsáveis políticos sejam agora mais generosos com os estímulos fiscais. “Se o cenário é que o primeiro semestre será a última milha, as autoridades fiscais deverão preocupar-se menos com os perigos associados ao aumento da dívida pública e correr o risco de prestar mais apoio. O grande debate para finais de 2021 será definir a estratégia de saída”.

BNY Mellon IM:

Suzanne Hutchins

Para Suzanne Hutchins, gestora do BNY Mellon Global Real Return, 2021 será um ano no qual será necessário aceitar a incerteza. “No mínimo, estamos a viver outra revolução tecnológica e social, o que gera tanto oportunidades como riscos”, vaticina. A vitória eleitoral do democrata Joe Biden abre a porta a uma possível flexibilização das tensões comerciais entre os EUA e a China e a gestora confia em poder dispor de uma vacina eficaz contra a COVID-19. “Em qualquer caso, a pandemia continuará a apresentar desafios, ainda que pareça que o emprego recuperou relativamente rápido, enquanto o forte aumento do PIB mundial após a primeira onde de confinamentos nos dá pistas sobre como poderá ser a recuperação pós-coronavírus”, afirma a profissional da BNY Mellon IM. Um aspeto positivo da pandemia que destaca a especialista é que se colocou em destaque a importâncias dos critérios ESG e do ISR, “um conceito crucial para os investidores no momento de posicionar as suas carteiras perante o próximo ano”.

Capital Group:

Jared Franz

Como ressalta Jared Franz, economista da Capital Group, após os confinamentos provocados pela pandemia a expectativa é que as principais economias do mundo experimentem um sólido crescimento em 2021, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A recuperação da China, que conteve em grande medida a pandemia e abriu a sua economia, foi surpreendentemente rápida. “Todos os prognósticos de crescimento económico dependem da trajetória das vacinas. De facto, acreditamos que a possibilidade de que nos encontremos perante uma recuperação sustentada poderá enfrentar riscos, entre eles destaca o ressurgimento da COVID-19”, analisa. “Esperamos que em meados do próximo ano haja, pelo menos, quatro vacinas disponíveis, algo que suporta o preço dos ativos. Outro fator que também favorece os mercados é que as taxas continuam próximas de zero e isso é algo que continuará vigente no ano que vem”, acrescenta. De facto, não esperam nenhuma subida de taxas durante os próximos dois ou três anos.

Columbia Threadneedle:

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Rubén García, diretor-geral da Península Ibérica e América Latina da Columbia Threadneedle Investments, antecipa que três grandes temas serão o foco do investimento em 2021: a vacina contra a COVID-19; a composição do Governo dos EUA após as eleições de novembro; e o Brexit. “Os volumes de estímulo e de intervenção governamental sem precedentes vão levar o nível de endividamento a superar até o de depois de 2009, e o mundo que surgirá da crise será caracterizado por níveis baixos de inflação, de crescimento e taxas de juro; um cenário que não faz pressagiar uma rentabilidade superior relativa a longo prazo para o investimento tradicional de estilo valor”, vaticina. No seu lugar, este contexto favorecerá o tipo de investimentos de ativos de longa duração e empresas de crescimento duradouro capazes de prosperar até na adversidade porque possuem todas as características que procuram num negócio: rentabilidade sustentável protegida por um considerável fosso económico, uma alta pontuação nas Cinco Forças de Porter, sólidas credenciais ESG e uma vantagem competitiva sustentável.

DWS:

 Stefan Kreuzkamp Deutsche

“Para o próximo ano, a previsão da DWS de crescimento mundial é de 5,2% e de 5,5% para a zona euro. A recuperação será particularmente forte na China, onde esperam um crescimento de 8,2% em 2021. Não esperam novidades em matéria de política monetária. “As taxas vão manter-se num nível extremamente baixo até 2023, ainda que não esperemos novos cortes, tal como nos programas de compra de obrigações dos bancos centrais tanto nos Estados Unidos como na Europa”, comenta Stefan Kreuzkamp, diretor de Investimentos da empresa. A respeito da inflação, a DWS não vislumbra um aumento significativo para o próximo ano. “Ainda que poderá acontecer algum movimento nos preços nos próximos anos, um aumento da procura poderá encontrar-se com uma oferta algo limitada e os preços vão subir”, refere. Algo aceite pelos bancos centrais com vista ao forte aumento do endividamento dos governos. “Espera-se que passem entre onze e catorze anos antes de que o nível de dívida possa reduzir-se anteriores à crise, como por exemplo em Itália, ainda que seja pouco provável que o país continue no mesmo desenvolvimento do que a Grécia”, acrescenta.

Fidelity International:

Andrew McCaffery

No próximo ano os bancos centrais vão continuar a fazer quase todo o trabalho pesado se os estímulos fiscais forem modestos – especialmente nos EUA, dada a alta probabilidade de que o seu Congresso esteja dividido -, o qual possivelmente acarretará uma recuperação mais lenta. É a previsão de Andrew McCaffery, diretor de investimentos global de gestão de ativos na Fidelity International. O especialista espera que a debilidade do dólar continue enquanto a Fed se mantiver acomodatícia, o qual será positivo para mercados como o asiático. A China mantém a sua política monetária num nível mais neutro e continua adiante com reformas internas, o que poderá estabilizar os lucros das suas empresas em 2021. “A exposição a matérias-primas, divisas e mercados privados também pode ajudar a diversificar o risco e impulsionar os rendimentos se a recuperação for desigual, especialmente se as expectativas sobre as obrigações governamentais dos mercados desenvolvidos se enganarem e estas se comportam mais como um passivo do que como um ativo, dentros dos enquadramentos tradicionais da alocação de ativos”, afirma.

Invesco:

Inigo Escudero Invesco

Com as principais economias europeias (Alemanha, França, Itália, Espanha e o Reino Unido) embarcadas em medidas rigorosas para limitar os contágios da COVID-19 e os Estados Unidos a alcançar recordes de infetados diários, não há um alívio imediato à vista para estas economias, vê Iñigo Escudero, diretor da Invesco para a Península Ibérica, América Latina, Israel & US Offshore. O ano que vem poderá incluir um primeiro trimestre débil no hemisfério norte enquanto persistir o vírus, seguido de uma trajetória relativamente forte de recuperação, fundamentalmente durante o segundo e trimestre, sobretudo se há uma vacina disponível a nível global. “Estas repercussões provavelmente vão ser impulsionadas pelas enormes políticas de estímulo monetário e fiscal adotadas pelos bancos centrais e os governos de todo o mundo desenvolvido”, prevê. “Uma vez que se percebe que o regresso à normalidade está em marcha, com consumidores e empresas de serviços a recuperar a confiança, esperamos uma transformação significativa do contexto económico, num marcado contraste com as sequelas da crise financeira, quando a recuperação foi insatisfatória e anémica durante muito tempo”. Isto significa que é provável que o consumo, o investimento e o emprego recuperem a um ritmo muito mais rápido depois de uma recessão típica, o que, na sua opinião, vai gerar uma recuperação surpreendente forte.

J.P.Morgan AM:

Lucía Gutiérrez-Mellado_J.P.Morgan

“Qualquer ciclo económico se viu sempre afetado por crises económicas, políticas ou desastres naturais”, recorda Lucía Gutiérrez-Mellado, diretora de Estratégia da J.P.Morgan AM para Portugal e Espanha. Dito isto, os acontecimentos vividos em 2020 alteraram o contexto económico, político e de investimento com mais profundidade do que qualquer outro acontecimento da história moderna. “A pandemia terminou um dos ciclos expansivos mais longínquos, provocando uma das recessões mais severas dos últimos 70 anos já que as políticas de contenção e o medo restringiram a atividade económica em todo o mundo na primeira metade do ano”, conta. Agora, e no momento em que se começaram a reabrir as economias, vimos o começo da recuperação económica que, atualmente, continua a ganhar forças. Com esta tela de fundo, preveem um crescimento sólido em 2021. A trajetória dos dados macroeconómicos e as suas expectativas de que os responsáveis políticos vão continuar a fornecer apoio através de estímulos fiscais e monetários, justificam esta opinião.

Janus Henderson:

Paul O’Connor

Apesar de parecer que o ano de 2021 terá o maior crescimento à escala mundial numa década, a realidade económica provavelmente será menos dinâmica do que isto sugere, e muitos setores e regiões vão continuar afetados pela pandemia nos próximos anos, calcula Paul O’Connor, responsável da equipa de Multiativos na Janus Henderson. Uma maior flexibilização orçamental poderá aliviar algumas destas tensões económicas, mas dado que os principais governos parecem receosos em avançar nesta direção, o especialista considera provável que a recuperação mundial continua a ser desigual ou incompleta em 2021. Uma deceção significativa na frente das vacinas ou o descobrimento de que a imunidade contra a COVID-19 tem carácter temporário são dois supostos riscos extremos (tail risks) potencialmente preocupantes, na sua opinião.

Jupiter AM:

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“Algumas pessoas estão preocupadas com o regresso da inflação. Essas pessoas podem ver a resposta fenomenal à pandemia por parte dos governos, sabem que os principais bancos centrais continuam a envolver-se numa significativa impressão de dinheiro  e podem ver que o preço do ouro, tradicionalmente uma proteção contra a inflação, disparou”, conta Ariel Bezalel, responsável da estratégia de obrigações globais da Jupiter AM. O profissional explica que, “no entanto, em vez de inflação, acreditamos que muitas das economias desenvolvidas vão continuar a enfrentar um mundo frio de crescimento económico lento. Existem também outras pressões deflacionistas poderosas: a globalização, as pressões implacáveis ​​de redução dos preços da Internet, o envelhecimento da população e a queda das taxas de fertilidade - com a última a apontar para taxas mais baixas de crescimento económico. Os bancos centrais do Japão e da UE tentaram elevar a inflação para 2%. Ambos falharam. Por que haveria de ser diferente no Reino Unido ou nos EUA? Os banqueiros centrais sabem exatamente o que fazer com a inflação; é a deflação que os mantém acordados à noite. Nem os mercados de obrigações esperam inflação. Quando os mercados de ações saltaram de alegria com as notícias promissoras sobre as vacinas, os mercados de obrigações mal levantaram uma sobrancelha. Além disso, os preços diários das obrigações indexadas podem ser usados ​​para mostrar quais são as taxas de inflação de longo prazo esperadas - essas expectativas permanecem moderadas”.

M&G:

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Jim Leaviss, diretor de Investimentos de Obrigações na M&G Investments, calcula que vai demorar bastante tempo a curar a feridas causadas pela COVID-19 em todos os aspetos ainda que acredite que há muitas razões para ser otimista quanto a 2021. Na frente económica, há três fatores que podem reduzir as perspetivas de crescimento, na opinião do especialista: primeiro, se os bancos centrais decidem ou não manter vivas as empresas zombies através das suas políticas, com todas as consequências económicas e sociais que tanto uma alternativa como a outra acarretam. Segundo, a evolução do desemprego; e, por último, as políticas fiscais. “Não há dúvidas de que os bancos centrais farão tudo o que puderem, mas neste ponto do ciclo é difícil estimular substancialmente a economia”, conclui.

Nordea AM:

Sebastien Galy

Para o ano que vem, Sebastien Galy, responsável de estratégia económica da Nordea AM, acredita que assistiremos a uma economia mundial liderada pela China e a uma recuperação moderada na Europa e nos Estados Unidos num contexto favorável a assumir riscos, apesar de já observarem alguns nichos no segmento de dívida com classificação investment grade onde os preços se encontram muito ajustados. “Centramo-nos em 1) aumento encabeçado pela China; 2) as soluções baseadas em critérios ambientais, sociais e de governance (ESG) suportadas pelas políticas na Europa e Estados Unidos; 3) as novas tecnologias; 4) as infraestruturas; e 5) as soluções flexíveis que permitem ajustar rapidamente a estruturação das carteiras”, resume o especialista.

Robeco:

Jeroen Blokland, Robeco

“Provavelmente, 2020 ficará para a posteridade como um dos anos mais notórios da história do ponto de vista económico, já que a COVID-19 deu lugar à recessão mais profunda desde a década de 1939", reconhece Jeroen Blokland, responsável de fundos multiativos da Robeco. “O mundo vai continuar a depender da estreita colaboração entre os governos e os bancos centrais, cujas ações coordenadas conseguiram até ao momento travar grande parte dos danos económicos". Na Robeco preveem que 2021 será um bom ano para os ativos de risco, com as ações a obterem rentabilidades superiores à média. Dito isto, os investidores vão continuar a enfrentar um trilema em 2021 relativo a três questões derivadas da crise da COVID-19: restabelecer a saúde pública, retornar o funcionamento económico normal e manter as liberdades individuais. "A combinação de uma vacina atempada e eficaz com as medidas de estímulo orçamental e monetário que se estão a manter podem propiciar um aumento do PIB e, o que é mais importante, dará continuidade ao crescimento dos lucros empresariais", explica. Em consequência, a volatilidade macroeconómica e do mercado vai reduzir-se consideravelmente à medida que o novo normal vá tomando forma. "Este tipo de situações costuma ser um bom presságio para os mercados financeiros e, por isso, estamos bastante otimistas para 2021".

Schroders:

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Após o duro inverno, Keith Wade, economista chefe da Schroders, espera que a vacina contra a COVID-19 intensifique a recuperação da atividade nas principais economias desenvolvidas na segunda metade de 2021 e que se vai estender até 2022, já que a política fiscal e monetária continuará a ser flexível enquanto a atividade normaliza. “Acreditamos que a inflação se vai manter baixa e estável e que os bancos centrais vão continuar a mostrar cautela perante a ameça da deflação. Revemos em alta as nossas previsões de crescimento do PIB dos mercados emergentes para este e para o próximo ano”. A maioria das economias destes contraiu-se menos do que esperávamos e destacamos o potencial da China, a quem ainda tem caminho para percorrer à medida que se materializam os efeitos dos seus pacotes de apoio económico. Também confiam que os próximos dois anos vão favorecer o Japão, cujas exportações vão beneficiar da recuperação da economia global.

UBS AM:

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“Começamos a focar-nos em 2021 e, após um agitado 2020, é preciso assumir que a incerteza e a volatilidade vieram para ficar”, afirma Álvaro Cabeza, responsável de negócio para a Península Ibérica da UBS AM. Na gestora afirmam que no contexto macroeconómico geral é muito favorável para os ativos de risco, e têm um viés para posições procíclicas. “A recuperação económica está prestes a reativar-se e a ser mais autosuficiente à medida que as inovações médicas permitirem a normalização da atividade do setor privado”, vaticina. As taxas de juro reais estão negativas em todas as economias desenvolvidas, e é provável que se mantenham assim até 2021 e mais além. “Acreditamos que uma perspetiva menos agressiva para o estímulo fiscal dos Estados Unidos limita as opções de um aumento repentino e significativo da rentabilidade do Tesouro que terá repercussões nos mercados internacionais", explica. Neste sentido, os investidores terão de se esforçar mais e ser mais seletivos no momento de encontrar rentabilidades atrativas. O avanço da recuperação económica unido a estas taxas negativas provavelmente vai empurrar os investidores para cima na escala de risco. Isto faz com que a dívida de países emergentes denominada em dólares americanos e a divisa chinesa sejam particularmente atrativas.