A surpresa negativa veio de Portugal com um descréscimo de 1,2% no PIB, segundo dados do Eurostat divulgados na terça-feira.
Portugal foi o país mais atingido com um decréscimo de 1,2% o que não constitui uma total surpresa negativa, uma vez que, segundo Ricardo Arroja, do grupo Financeiro Pedro Arroja, os números são em linha ou ligeiramente piores que o esperado, atendendo às estimativas previstas para a economia portuguesa". Jorge Guimarães, da gestão de activos do Banif, diz que o "PIB saiu um pouco abaixo do consenso de mercado (-1.2% de variação trimestral vs uma expectativa de -0.7%), sendo o 7º trimestre consecutivo de contracção económica".
Salienta, ainda, que "o desemprego não tinha uma estimativa de mercado, mas os 15% representam um máximo dos últimos 14 anos, não estando no entanto muito distantes das previsões da troika".
Questionados, pela Funds People Portugal, em relação à importância deste cenário negativo, Jorge Guimarães refere que "o regresso de Portugal aos mercados está mais dependente da capacidade de execução orçamental portuguesa e da conjuntura da crise da Zona Euro do que da evolução trimestral do PIB português, desde que este não se afaste substancialmente dos planos (como foi o caso)".
Ricardo Arroja, por outro lado, considera que, "neste momento, não obstante a recuperação que se tem registado nas 'yields' da dívida pública em secundário, não atingiremos as metas previstas para 2012, sendo um regresso aos mercados em 2013 bastante improvável".
O 'deputy director' da gestão de activos do Banif diz, ainda, que "em relação à taxa de desemprego, embora sejam dados negativos, não estão muito distantes das previsões dos organismos internacionais, e não deveriam ter um grande impacto num eventual regresso aos mercados".