Quando voltaremos ao normal pós-COVID?

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Créditos: Syed Ahmad (Unsplash)

Graças à vacinação, o mundo começou a caminhar no sentido da chamada normalização. Mas ainda há partes da atividade económica muito abaixo dos níveis pré-pandémicos. Quando poderemos afirmar que voltámos ao normal? Para dar algumas luzes sobre esta evolução na Columbia Threadneedle desenvolveram um índice de retorno ao normal, com base na análise de fatores como viagens, retorno ao trabalho e centros educacionais, compras em lojas físicas e alimentação fora de casa.

Por definição, o índice concentra-se na medição de componentes da vida quotidiana, ao invés de indicadores económicos, como o crescimento do PIB. O nível aproximar-se-á de 100, conforme a vida diária se normaliza, e os seus analistas irão atualizá-lo periodicamente.

E onde estamos agora? Tomando como referência os Estados Unidos, um dos mais avançados, o Return to Normal Index avançou para 72%. Isso graças ao impulso de viajar, diversão e retorno às salas de aulas. Agora que os níveis de imunidade estão a aumentar (através de uma combinação de vacinas e infeções anteriores), a gestora prevê um declínio contínuo nos casos ativos nas próximas duas semanas. O seu cenário base sugere avanços no índice ao longo do mês de maio, com aumento da imunidade e fatores sazonais a estimular a atividade.

Se nenhum revés significativo surgir, os Estados Unidos podem alcançar a normalidade em agosto, antecipam . Continuam a acompanhar de perto os dados sobre variantes nos Estados Unidos. Se observarem um aumento significativo de casos, é possível que o progresso do país em direção à sua normalidade diminua.

Fonte: Columbia Threadneedle, 1 de maio de 2021

ONDE A NORMALIDADE VOLTOU E ONDE NÃO

Calculam que ainda estamos 28% abaixo dos níveis de atividade do pre-coronavírus. Os níveis de atividade dos componentes variam: o retorno às lojas físicas está 18% abaixo dos níveis do pre-coronavírus e a rotina de trabalho normal está 23% abaixo dos níveis pré-pandémicos. O componente que regista o nível mais baixo é o de viagens e entretenimento: 43% abaixo dos níveis anteriores à pandemia.

Que fatores podem encorajar a mudança? A distribuição e administração mais rápidas de vacinas podem acelerar o caminho para a normalidade (cenário otimista). Os eventos que podem impedir o retorno à normalidade (cenário pessimista) incluem o surgimento de variantes resistentes às vacinas atuais e menor administração da vacina em certos locais (devido à relutância das pessoas em se vacinar ou devido à falta de oferta).

A verdade é que podemos nunca mais voltar ao normal como o conhecíamos. A gestora reconhece que a normalidade pode ser alcançada num ponto abaixo do nível de 100 como resultado de mudanças contínuas no comportamento. Por exemplo, teletrabalho e menos viagens por motivos comerciais. "A definição de normalidade futura está a evoluir, e o limite de normalidade do índice refletirá as descobertas das nossas equipas de análise fundamental e ciência de dados", explicam.