Quão diferente é o perfil do investidor SRI do investidor tradicional

fundos de investimento sustentavel
Créditos: Diego PH (Unsplash)

Recentemente dávamos conta dos dados divulgados pela CMVM no Relatório sobre os Mercados de Valores Mobiliários de 2020 sobre os fundos ESG nacionais. Nomeadamente, 303 milhões de euros (final de 2020) em ativos sob gestão, cinco fundos e 20.439 participantes, 99,2% dos quais investidores particulares. 

No mesmo relatório, a entidade reguladora dá destaque também a um estudo efetuado recentemente com o título O investidor em fundos de investimento sustentáveis e publicado nos Cadernos do Mercado de Valores Mobiliários 67 onde foi efetuada a análise das características sociodemográficas dos investidores portugueses em fundos de Investimento Socialmente Responsável ou SRI na sigla em inglês

O objetivo do estudo centra-se na “identificação das principais características sociodemográficas e de experiência financeira dos investidores em fundos SRI, em particular daquelas que os distinguem face a investidores em fundos de investimento tradicionais”, apontam no relatório.

A conclusão: “Existem diferenças assinaláveis entre os investidores SRI e os investidores em fundos nacionais tradicionais, quer em termos de características demográficas, quer de experiência de negociação”. 

Os investidores SRI são:

  • Mais jovens (55,4 anos, em média, versus 59,4 nos investidores em fundos tradicionais nacionais);
  • Homens em maior proporção (85% versus 64%);
  • Residem maioritariamente em grandes centros urbanos (Lisboa e Porto);
  • Têm índices de escolaridade mais elevados (a maioria detém pelo menos uma licenciatura);
  • Exibem maior literacia financeira e habilitações matemáticas;
  • Ocupam cargos qualificados ou de direção. 

Comparação entre investidores SRI e investidores em fundos tradicionais

No que diz respeito à “experiência de negociação”, o estudo conclui que os investidores SRI detêm “maior experiência em valores mobiliários, em termos do valor e do número de transações efetuadas, e em derivados, apresentam maior número de operações com fundos de investimento e investem num maior leque de fundos de investimento que os investidores em fundos nacionais”. 

“As diferenças assinaladas são estatisticamente significativas e economicamente relevantes, e parecem apontar para um maior dinamismo, diversidade e atividade de negociação dos investidores SRI por comparação com os investidores em fundos tradicionais”, concluem.