Três gráficos para explicar a um cliente porque e como evoluiu a sua alocação a obrigações até agora

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Créditos: Jo Szczepanska (Unsplash)

2024 não foi o ano das obrigações como muitos esperavam. Perante uma inflação mais persistente do que o que parecia, o mercado de obrigações teve de reajustar as suas expetativas de taxas de juro em baixa, com um consequente ajuste nas yields depois do rally do final de 2023. “Ainda há muita incerteza sobre quando vão baixar as taxas de juro e, sobretudo, sobre se esses cortes vão ser sequenciais”, aponta Mariano Arenillas, country head para a Península Ibérica da DWS.

  • A duração foi penalizada

Como podemos observar no gráfico fornecido pela gestora alemã, enquanto as ações se destacam até agora este ano, as obrigações movem-se em baixa ou até com rentabilidade negativa. Sobretudo, como aponta Mariano, quanto maior for a duração do ativo, maior será a sua sensibilidade às taxas. A previsão da DWS é que as taxas vão continuar a baixar, com três cortes por parte do BCE e da Fed nos próximos 12 meses, mas manter-se-ão em níveis neutros. “Estamos a entrar numa fase de normalização das taxas, que é muito diferente de uma política monetária expansiva”, sublinha o diretor.

Assim, um dos principais desafios de 2024 tem sido a necessidade de reajustar as expetativas da política monetária. “É quase 1% de diferença entre a previsão do nível das taxas no início do ano com o que o mercado desconta atualmente”, assinala.

  • Estreitamento dos spreads

Outro dos movimentos notáveis da primeira metade de 2024 é o estreitamento dos spreads. Observamo-lo tanto na dívida governamental como no crédito. Nas obrigações de governo da Europa, os prémios de risco estão a encerrar, especialmente na periferia. Na dívida corporativa, vemos que cada vez se compensa menos o risco creditício, embora, na opinião de Mariano Arenillas, a rentabilidade total continue a ser atrativa.