Que desempenho registam os fundos de obrigações euro desde o início do ano?

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Asparukh Akanayev, Flickr, Creative Commons

O ano de 2017 começou algo atribulado no continente europeu. A incerteza era crescente, não só pelo resultado do Brexit, mas também pela aproximação das eleições francesas. Marine Le Pen parecia mais perto do Palácio do Eliseu, mas acabou por ser Macron a vencer a contenda. No Reino Unido, Theresa May convocou eleições antecipadas na esperança de fortalecer a sua posição perante as negociações da saída da União Europeia, mas a tentativa foi infrutífera. Sem a maioria no parlamento, qual será a abordagem escolhida? As negociações iniciam-se a 19 de junho mas, até lá, os mercados aguardam com expectativa.

No continente americano as dúvidas permanecem relativamente ao cumprimento das promessas eleitorais de Donald Trump, enquanto que no Brasil cresce a incerteza relativamente à estabilidade de Michel Temer depois de ter sido associado a um escândalo de corrupção. Neste sentido, olhemos agora para os fundos de obrigações euro e para o seu desempenho desde o início do ano. Que fundos se destacam?

A categoria Fundos de Obrigações Euro da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP) engloba os produtos que “investem direta ou indiretamente 80% da sua carteira em obrigações, cujos ativos estejam denominados em Euro”. Dos 11 produtos nacionais que compõem esta categoria, sete registam uma performance positiva entre o final do ano passado e 9 de junho de 2017.

Do conjunto de sete fundos, o produto em destaque no período em questão é da responsabilidade da GNB Gestão de Ativos. O NB Obrigações Europa regista uma rentabilidade de 3,32% e, segundo a ficha de maio, mais de 84% da carteira está alocada a obrigações governamentais. Para Vasco Teles, gestor do fundo, o bom desempenho do produto no mês de maio esteve relacionado com a exposição a Portugal, Espanha e Grécia. Segundo a entidade, o fundo detém, atualmente, um volume sob gestão de 37,4 milhões de euros.

Em segundo lugar surge o Montepio Taxa Fixa, que no período em questão regista uma rentabilidade de 2,55%. O produto gerido pela Montepio Gestão de Activos investe maioritariamente em obrigações de taxa fixa, e até “15% em ativos de mercados emergentes (cotados na U.E)”, sendo que no final do mês de maio detinha um volume de ativos sob gestão superior a 6 milhões de euros, segundo a Morningstar. No que diz respeito aos títulos que compõem a carteira, as obrigações governamentais portuguesas e obrigações governamentais francesas representam 28,9% e 15,24%, respetivamente.

Em terceiro lugar e a fechar o pódio surge o BPI Obrigações Alto Risco Alto Rendimento, que no período em questão registou uma rentabilidade de 2,01%. O produto gerido pela BPI Gestão de Activos “investe em títulos de dívida ou equiparados, transaccionados em mercados da União Europeia, América do Norte, América Latina, Japão e Europa de Leste” e no final de maio apresentava um volume sob gestão de 12,2 milhões de euros. No mês em questão, a performance do fundo beneficiou dos spreads de crédito na Europa, “que continuam em mínimos, levando a que as obrigações em carteira se valorizem”. França, Holanda e Luxemburgo representam mais de 37% do total da exposição geográfica do fundo.

Destaque, ainda, para os fundos da responsabilidade da IM Gestão de Ativos e da Caixagest. O IMGA High Yield Bond Selection registou uma rentabilidade de 0,98%, à frente do Caixagest Obrigações Mais, produto que apresenta uma rentabilidade de 0,83% no período em questão. No final de maio, a carteira do produto gerido pela IM Gestão de Ativos era, segundo a entidade, composta maioritariamente por obrigações corporativas, detendo um volume de ativos sob gestão de 24,3 milhões de euros. Segundo a Morningstar, no final de abril a carteira do produto da Caixagest era, também, composta maioritariamente por obrigações corporativas, detendo um volume de ativos sob gestão superior a 60 milhões no final do mês de maio.

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Fonte: APFIPP, 9 de junho de 2017