De acordo com a análise de Schroders, historicamente, os estilos mais defensivos superaram os seus homólogos mais cíclicos. Em média, os estilos vencedores têm sido as estratégias de elevada dividend yield e baixa volatilidade.
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Historicamente, estilos de equity mais defensivos superaram os seus homólogos mais cíclicos. Em média, os estilos vencedores têm sido estratégias de elevada dividend yield e baixa volatilidade. Assim, os investidores tendem a procurar refúgio em ações mais capazes de resistir aos desafios de um crescimento económico mais fraco e de uma inflação acelerada. Em contraste, as ações de pequenas capitalizações são as mais desfasadas durante os períodos de abrandamento. Isto acontece porque estas empresas têm menor poder de fixação de preços do que as empresas maiores. Por conseguinte, sentem especialmente a pressão sobre as margens de lucro devido ao aumento dos custos.
Esta é a principal conclusão tirada por Tina Fong, estratega da Schroders, após analisar quais os estilos de equity que tiveram melhor desempenho durante abrandamentos ou recessões económicas.
Como a profissional explica, o estilo de crescimento é o mais negativamente correlacionado com as yields reais das obrigações americanas (medidos por obrigações a 10 anos do Tesouro protegidas pela inflação) ao longo dos últimos cinco anos. Do mesmo modo, tanto os valores momentum como os de qualidade têm tido um desempenho inferior ao aumento das yields das obrigações. "Durante o mesmo período, o valor tem sido um dos estilos de ações mais positivamente correlacionados com o aumento das yields", observa.
Dito isto, a composição destes estilos de equity não é constante ao longo do tempo. Assim, as características e os fatores irão mudar. "Por exemplo, a correlação negativa entre growth e as yields reais tem sido maior nos últimos cinco anos em comparação com os últimos 30 anos. Isto deve-se ao atual domínio das ações de tecnologia na categoria de crescimento, que são mais sensíveis a taxas mais elevadas", explica.
O que significa uma recessão para os estilos de investimento em ações?
Enquanto as ações de qualidade continuam a ter um bom desempenho durante as recessões, Fong vê uma inversão da liderança de estilo em favor de ações mais cíclicas. " As ações de crescimento recuperaram em geral a sua faísca durante as recessões. Isto porque o interesse nestas empresas é impulsionado pela queda das taxas de juro e das yields das obrigações à medida que os bancos centrais respondem a um colapso do crescimento económico".
Entretanto, as empresas de pequena capitalização tendem a ter um desempenho superior ao das empresas maiores. Isto porque os investidores estão a começar a descontar a recuperação dos lucros destas empresas. "Em comparação com as grandes, é também mais provável que beneficiem de uma política monetária mais folgada", assinala a especialista.
Conclusão
A conclusão geral que tira da sua pesquisa é que períodos anteriores de abrandamento económico mostraram que os investidores devem procurar refúgio em estilos mais defensivos de ações. "Embora seja provável que isto se repita, a diferença desta vez é que as ações de valor podem continuar a ter um desempenho superior ao das ações de crescimento. Isto se as yields das obrigações continuarem a aumentar. Se a dada altura o mundo entrar em recessão e as yields das obrigações caírem, a nossa análise sugere que as ações de crescimento e os estilos mais cíclicos podem voltar a dar-se bem", observa.