Que impacto terá a variante Delta no negócio das empresas? Falam os CEO

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Créditos: Vincent NICOLAS (Unsplash)

A consultora KPMG acaba de publicar o seu KPMG 2021 CEO Outlook,, um inquérito global a 1.325 CEO entre o final de junho e o início de agosto em 11 países que procura testar o sentimento empresarial em diferentes contextos de mercado.

A primeira nota curiosa é que, apesar do aumento das infeções trazidas pela variante Delta nestes meses de verão, a confiança dos CEO em relação à evolução da economia não se retraiu.  Muito pelo contrário. 60% dos CEO estão confiantes nas perspetivas de crescimento da economia global para os próximos três anos. O valor é muito superior aos 42% que o defenderam em janeiro/fevereiro deste ano e implica um regresso aos níveis às pré-pandemia do início de 2020.

Uma das principais fontes com que consideram que conseguem esse crescimento a médio prazo é o crescimento inorgânico das suas empresas. 87% dos diretores-gerais estão confiantes nas perspetivas de crescimento da sua própria empresa, pelo que as fusões e aquisições parecem ser cruciais para impulsionar este crescimento e adquirir capacidade digital. Em concreto, 69% afirma que vai utilizar principalmente táticas inorgânicas, incluindo alianças estratégicas com terceiros (29%), fusões e aquisições (24%), joint ventures (11%) e outsourcing (6%).

ESG e digitalização, os grandes assuntos

Na parte do crescimento orgânico há duas questões que apresentam especial interesse: a integração dos critérios ESG e o processo de digitalização da própria empresa.

No que diz respeito ao primeiro, os CEO querem dedicar capital significativo a ser mais sustentáveis, e 30% planeia investir mais de 10% dos ganhos para obter mais sustentabilidade para os seus negócios. 27% estão preocupados que o incumprimento das expetativas em matéria de alterações climáticas faça com que os investidores não invistam na sua empresa. E mais de metade (58%) reconhece ter notado um aumento das exigências das partes interessadas (por exemplo, investidores, reguladores e clientes) para reportar mais sobre as questões do ESG.

O outro ponto importante é o da digitalização. 67% dizem que o investimento em processos de digitalização vai aumentar e muito. 70% dos inquiridos recorrerá a alianças com atores especializados. Quanto à digitalização do próprio trabalho, não há um enorme aumento em termos de teletrabalho. Apenas 37% dizem que terão a maioria dos colaboradores a trabalhar remotamente pelo menos dois ou mais dias por semana, mas 51% investem em espaços de escritório partilhados.