A inflação é, neste momento, a grande preocupação dos investidores. É lógico, tendo em conta que esta subiu e isso poderá condicionar a política monetária que os bancos centrais irão seguir no futuro. A Reserva Federal dos EUA já apresentou o seu programa de como irá realizar o tapering. Para já, as autoridades monetárias continuam a pensar que, nos próximos anos, a inflação tenderá a avançar para os seus objetivos a longo prazo (cerca de 2%). Atribuem a atual subida aos bottlenecks causados pela crise da COVID-19. Mas... Que parte da inflação se explica em consequência da crise causada pela pandemia e que parte não é?
Esta é uma pergunta muito boa à qual Juan José González de Paz, consultor sénior da equipa de Soluções da Natixis IM, quis responder numa entrevista recente à FundsPeople.
No seu departamento, fizeram o estudo. E a conclusão é muito clara: "a maior parte desse contributo para a inflação provém de setores que demonstraram maior sensibilidade à crise da COVID-19. As expetativas de inflação a longo prazo estão a diminuir porque os investidores estão a perceber que a maior parte da inflação se deve à pandemia. Não há um problema de procura, mas de oferta, o que a gera. É previsível que, a curto prazo, se mantenha mais elevada do que antes, mas tenderá a ir ao encontro dos objetivos dos bancos centrais", conclui o especialista.
A maior parte da inflação deve-se à pandemia
