Que segmentos da tecnologia têm mais possibilidades de sofrer devido ao coronavírus…

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A suspensão da atividade industrial na China devido ao coronavírus alterou a cadeia de fornecimento do sector tecnológico do país em diferentes graus. Nas áreas que estão totalmente automatizadas, como o fabrico de semicondutores, mal se notaram os efeitos e a utilização da capacidade foi de 100% desde que se declarou o surto. Não obstante, os processos de fabrico que requerem mão de obra sofreram perturbações, inevitavelmente, e agora estão a recuperar lentamente. Tal como explica Hyunho Sohn, gestor do Fidelity Global Technology, um fundo com Selo FundsPeople em 2020 pela sua classificação de Blockbuster, tanto a Apple como a Microsoft anunciaram que não vão cumprir as previsões de lucros e isso deve-se tanto a fatores de oferta como de procura.

“Da perspetiva da procura, os consumidores estão a ficar em casa e não a recorrer ao comércio tradicional para comprar. A isto soma-se a queda de confiança em períodos de incerteza. Isto afeta a procura por produtos da Apple e Microsoft. Além disso, no caso concreto da Microsoft, a queda da procura no mercado de PC para empresas, devido ao fecho de escritórios, também afetará inevitavelmente o seu negócio neste segmento. Quanto à oferta, as turbulências têm um efeito óbvio nos processos de fabrico. Por exemplo, a Hon Hai Precision Industry, que fabrica componentes eletrónicos para a Apple, está a recuperar lentamente os seus níveis de produção e mencionou que as suas fábricas vão alcançar uma capacidade de 100% no fim do mês”, revela.

Mas… que segmentos da tecnologia têm mais probabilidades de ser afetados? O gestor da Fidelity Internacional considera que, de uma ótima global, as áreas mais vulneráveis são:

  1. O hardware e os semicondutores: estes segmentos estão mais integrados em cadeias de fornecimento internacionais do que outras áreas.
  2. Os segmentos relacionados com o consumo discricionário: devido à queda da procura no comércio tradicional (os consumidores ficam em casa) e a descida da confiança dos consumidores nestes momentos de incerteza.
  3. Os segmentos relacionados com as viagens de negócios e congressos: as restrições e cancelamentos também vão limitar a procura por tecnologia nestas áreas.

E… em que áreas da tecnologia vão beneficiar do contexto atual? Segundo Hyunho Sohn, as áreas da tecnologia que não se vão ver afetadas negativamente pela epidemia são:

  1. Os videojogos: com a população confinada nas suas casas e a recorrer aos jogos, trata-se de uma área que, no nosso entender, é uma beneficiária clara desta emergência de saúde. O impacto nos lucros destas empresas de jogos será positivo.
  2. Meios digitais: o consumo aumentará, já que a população fica em casa. Os serviços como a Netflix vão ter um aumento de subscrições e também vão ser beneficiar claramente.