Que viés implica o investimento em megatendências?

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Quando se investe em ações são vários os viés que um investidor pode assumir: de capitalização, de estilo (value, growth, ...), a nível geográfico... E, com o boom que experimentou o investimento em megatendências nos últimos anos, também o viés temático. Este é pelo menos o que se defende na Magatrends Labs, o centro de investigação, formação e inovação sobre o investimento em megatendências criada pela AFI e pela Pictet AM.

Precisamente, um dos objetivos da criação deste grupo é, nas palavras de Gonzalo Rengifo, diretor geral da Pictet AM na Península Ibérica, “ajudar o investidor institucional a entender os viés relacionados com megatendências nas suas carteiras de ações. É uma iniciativa pioneira no mundo”. 

O que procura esta iniciativa é traduzir uma carteira para uma “linguagem de megatendências” analisando a pertinência de cada empresa do índice mundial MSCI em função da sua materialidade – ou seja, pelo nível dos lucros – a sectores ou subsetores relacionados com cada megatendência – viés. E citam um exemplo, se um gestor de ações globais deseja aumentar o viés temático para “inovação” deve saber que 90% do mesmo se encontra em diferentes proporções entre os sectores do índice MSCI de saúde, tecnologias da informação, serviços de comunicação e industriais. De facto, na Megatrends Lab estão a preparar a criação de um índice MEGA que sirva de referência para medir estes viés temáticos em qualquer carteira de ações.

Além disso, pela ocasião do início do curso online que lançou a Megatrend Lab sobre megatendências desenvolveram um estudo que mostra partes dos viés que se assumem quando se decide investir em megatendências e como este tipo de investimento se pode adotar também a cada ciclo de mercado atendendo a critérios de rentabilidade/risco. “Numa fase de desaceleração pode ser apropriado concentrar o investimento em Digitalização, Robótica, Saúde, Biotecnologia e prime brands. Numa etapa de contração, a Saúde e a Biotecnologia podem pesar 34%, mas em época de recuperação vão reduzir-se para 6%. Em períodos de expansão, os maiores pesos podem ser em Madeira, Energia Limpa e Nutrição, sendo a Segurança o tema de peso mais constante ao longo do ciclo”, apontam na Pictet AM.