O aumento da exposição foi através de dívida emitida por governos e por acções. As maiores posições do fundo que lidera os retornos anualizados a 12 meses nos PPR Categoria C, com 26,31%, são em dívida pública alemã, finlandesa, grega e portuguesa.
David Dias, que gere o fundo de Outubro de 2001, adianta que foi mantida uma postura dinâmica na alocação de activos e que houve ainda um reforço da presença global do fundo com o investimento num fundo de acções africanas. Acredita que os investidores vão continuar a procurar activos de risco até final do ano, mantendo suportadas as valorizações das grandes classes de activos.
Qual tem sido a política de investimento seguida?
Durante os últimos anos, o Fundo ES Plano Poupança Reforma tem tido uma preocupação significativa em adaptar a sua estratégia às envolventes de mercado. Neste sentido, desde o inicio da crise do ‘subprime’ o fundo optou por manter o nível de investimento em ações no limite inferior permitido pelo prospeto, favorecendo a alocação a obrigações e, em particular, dívida emitida pelos governos da Europa Central – Alemanha, Finlândia e Holanda. Apenas após o ano de 2011 e, com prémios de risco significativos, o fundo procurou reforçar a sua presença em ativos de maior risco, começando por dívida de governos periféricos e, numa fase mais recente, aumentou a sua exposição ao mercado acionista.
Como tem evoluído, sobretudo nos últimos 12 meses?
Após uma alteração muito significativa do suporte das instituições europeias às economias periféricas, reforçámos as nossas expectativas relativamente à conversão dos ‘spreads’ dos emitentes periféricos para com as suas contrapartes do centro Europeu. Assim, mantivemos uma postura dinâmica na gestão da alocação da carteira reforçando a componente periférica do fundo, quer através do investimento em dívida emitida por estes governos, quer por ações de entidades sediadas nesta zona geográfica. Por fim, nos últimos meses, o fundo reforçou a sua presença no mercado global através do investimento num fundo de ações africanas, com o objetivo de permitir aos seus subscritores usufruir de um investimento com características temporais mais próximo do investidor de longo prazo.
Quais são os processos de controlo de risco usados e como se relacionam com o processo de investimento?
Dada a natureza do fundo e a sensibilidade dos investidores a potenciais perdas nos seus investimentos, a política de gestão de risco ocupa um lugar fundamental na gestão global da carteira. Neste sentido, do ponto de vista da gestão de investimentos, a utilização de ‘stop losses’ e um acompanhamento próximo e dinâmico dos riscos permitem limitar perdas elevadas na carteira ao mesmo tempo que se procura maximizar o valor dos mesmos. Simultaneamente, o fundo é limitado por uma série de restrições legais impostas pelo prospeto – regulamentando os limites a emitente, classes de ativos, exposição a derivados, etc – e, ao calculo do ‘value at risk’ com o objetivo de se monitorizar possíveis alterações do perfil da carteira. Por fim, o fundo beneficia de valorizações diárias permitindo aos seus subscritores conhecer continuamente o valor do seu investimento.
Quais as expectativas para o desempenho do fundo até final do ano?
No futuro próximo, e fruto das ações dos principais bancos centrais mundiais, considero que os investidores vão continuar a procurar ativos de risco até ao final do ano levando a que as valorizações das grandes classes de ativos se mantenham suportadas.
É um produto que pode ser considerado "uma defesa" face à instabilidade?
Apesar de a estratégia do fundo incluir ativos com bastante sensibilidade ao risco de mercado – dívida periférica e exposição a ações -, as principais posições continuam a estar associadas ao risco de taxa de juro ‘core’ que, num clima de maior instabilidade e menores expectativas de crescimento, devem continuar a ter uma boa performance, permitindo que sejam um ‘hedge’ às restantes posições de em carteira.
As alterações fiscais e as crises financeira e económica, que impactos tiveram?
Embora ao longo dos últimos anos se tenha assistido a uma mudança significativa no tratamento fiscal dos rendimentos coletáveis, o Fundo Espírito Santo PPR não tem sofrido alterações nos seus ativos sobre gestão, permitindo-me fazer uma gestão eficiente da carteira.