Rendibilidades de curto prazo determinam decisões do investidor brasileiro

panorama
Zigazou76, Flickr, Creative Commons

Após serem destaque de rendibilidade e captação líquida em 2012, os fundos Renda Fixa Índices, cujas carteiras são predominantemente compostas por notas do tesouro nacional (NTN-Bs), apresentaram uma rendibilidade negativa de 0,48% em Fevereiro, influenciados pela queda de 0,88% do seu índice de referência (IMA-B), segundo informação publicada no Panorama da ANBIMA.

Embora estes fundos ainda liderem a captação líquida acumulada no ano na indústria, em parte devido às entradas realizados em Janeiro por entidades de previdência complementar públicas, em Fevereiro, com excepção do poder público, todos os restantes segmentos de investidores realizaram resgates líquidos nesta categoria de fundos.

De facto, na última vez em que estes fundos registaram rendibilidade negativa, em Junho de 2012, também houve resgate líquido, salienta António Filgueira, no Panorama da ANBIMA. Este movimento parece evidenciar que a rendibilidade é ainda o principal balizador das decisões de investimento e desinvestimento de grande parte dos investidores. No entanto, tal comportamento pode ser bastante prejudicial para os investidores, especialmente em fundos com estratégias de longo prazo, como é o caso daqueles que aplicam recursos em títulos com uma duração maior, como as NTN-Bs, que em princípio deveriam contar com um horizonte de permanência mais amplo por parte do investidor na aplicação.

Embora os fundos Renda Fixa Índices acumulem uma das maiores rendibilidades da indústria nos últimos 12 meses no final de Fevereiro, a perspectiva de uma possível subida da taxa de juro parece ter impulsionado um movimento de “realização de lucros”, que se reflectiu nos resgates observados.