Como investir em growth sem pagar excessivamente por ele? “Se uma empresa gera mais dinheiro por dólar investido em crescimento do que as suas homólogas, então merece negociar a uma maior valorização”, argumenta Alec Murray, diretor de Client Portfolio Managers da Amundi US.
O Amundi Funds Pioneer US EQ Fundamental Growth conta com Rating FundsPeople em 2024, tanto por ser um produto blockbuster no mercado ibérico como por registar resultados consistentes ajustados ao risco. Na opinião de Alec Murray, diretor de Client Portfolio Managers da Amundi US, o fator principal dessa consistência encontra-se no seu foco na mitigação de risco. “Se se perderem 50% de uma ação, esta tem de duplicar para voltar ao ponto de equilíbrio. Centramo-nos em limitar o risco de queda, porque acreditamos que, desta forma, obteremos uma rentabilidade superior a longo prazo e com menos volatilidade. Criámos o nosso próprio fator: procuramos empresas que geram um elevado return on growth capital”, conta.
O retorno sobre o capital investido para o crescimento em empresas growth é fundamental, porque o futuro de uma empresa não depende do gasto de capital no passado, mas sim de como estão a investir no momento atual. “Se um negócio estiver a investir num crescimento de elevada rentabilidade, isso vai gerar mais lucros e um maior fluxo de caixa no futuro. Isso, por sua vez, repercutir-se-á no retorno aos acionistas através de dividendos e recompras de ações ou maior capacidade para reinvestir no seu crescimento futuro”, explica Alec. Mas se, pelo contrário, uma empresa sacrificar o elemento da rentabilidade ao investir para gerar crescimento, acaba por ter de pagar a longo prazo a estabilidade do seu negócio. Os investidores não costumam recompensar os títulos com rentabilidade decrescente.
Reflexão sobre as valorizações no segmento growth
O segundo fator principal da consistência é a disciplina com as valorizações, precisamente porque um dos principais riscos do estilo de investimento growth é o facto de as suas valorizações serem atualmente mais elevadas do que têm sido historicamente. “Pagar demasiado por uma empresa é um dos maiores erros que um investidor pode cometer a longo prazo”, reconhece. No entanto, a equipa gestora acredita que as valorizações estão agora mais elevadas do que antes porque a rentabilidade é maior. “O aumento das valorizações do growth moveram-se paralelamente com o crescimento da sua capacidade de gerar lucros. Se uma empresa gera mais dinheiro por dólar investido do que outra, então merece negociar com um múltiplo maior”, argumenta.
Por isso, o especialista não se preocupa demasiado com as valorizações com que o segmento growth americano se move atualmente. Não obstante, Murray acrescenta uma nuance: atualmente, é necessário saber distinguir. Considera que o pequeno grupo de nomes (as Sete Magníficas) está sobrevalorizado. “Os investidores recompensaram estes títulos no ano passado porque geraram um crescimento dos lucros, enquanto a maioria das empresas registou descidas”.
Maior dispersão nas valorizações
Este ano, espera uma recuperação mais ampla de lucros entre as restantes empresas capazes de gerar um bom ritmo de crescimento, mas que foram ofuscadas e ainda negociam a múltiplos razoáveis. “À exceção da pandemia, o spread nas valorizações de ambos os segmentos não estava tão elevado desde a bolha das dotcom”, comenta. E a sua previsão é essa diferença nas valorizações começar a acabar este ano.
Por isso, o gestor defende que estamos num grande momento para se ser um gestor ativo com estilo growth. No ano passado, o mercado refugiou-se num número tão reduzido de empresas porque eram das poucas que concentravam um crescimento positivo. “O crescimento de lucros no S&P 500 no ano passado foi, na verdade, plano”, sublinha. Em 2024, pelo contrário, a previsão é os resultados empresariais positivos alargarem-se para mais empresas e setores.
Desta forma, a carteira do Amundi Funds Pioneer US EQ Fundamental Growth é muito disciplinada relativamente à valorização. “A carteira tem menos exposição às Sete Magníficas do que o índice Russell 1000 Growth, e centra-se em títulos de crescimento a preços razoáveis que beneficiam de tendências de crescimento seculares a longo prazo, como a Inteligência Artificial e a obesidade. “Os EUA continuam a inovar. Queremos captar a inovação e o crescimento secular para os nossos investidores ao mesmo tempo que mitigamos o risco de descida pelo caminho”, conclui.