Ritmo de crescimento do PIB português desacelera no primeiro trimestre de 2018

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CGP Grey, Flickr, Creative Commons

É sabido que o início deste ano registou algumas perturbações no mercado, tanto pela administração Trump como pela recente crise política italiana. De acordo com o observatório económico elaborado pelo BBVA Research, o PIB de Portugal cresceu 0,4% face ao trimestre anterior no primeiro trimestre de 2018, 3 décimas abaixo do previsto pela BBVA Research anteriormente.

A publicação revela ainda que a procura interna mantém um forte avanço, que contrasta com a recente debilidade das exportações, afetadas por um menor impulso da economia da Zona Euro. Com base nos dados, esta estima que o crescimento no segundo trimestre de 2018 se poderá situar em torno dos 0,3%.

Consumo privado contribuiu para o crescimento da economia portuguesa durante o 1º trimestre de 2018

Segundo o relatório, a entidade acredita que o avanço do PIB nacional no início do ano se deveu, principalmente, ao dinamismo da procura interna, suportado pela melhoria da confiança dos consumidores, ao dinamismo do mercado laboral e à acessibilidade ao crédito das famílias. O consumo privado registou, assim, um crescimento de 0,8% no primeiro trimestre do ano. 

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Relativamente ao consumo público, a publicação refere que este continua sem mostrar variações, estando "em consonância com o processo de ajuste do défice, que, neste ano, deverá atingir 0,9% do PIB português". 

Já o investimento, depois de dois trimestres de contributos nulos, cresceu 1,1% no primeiro trimestre deste ano, contribuíndo com duas décimas para o crescimento trimestral do PIB nacional. O relatório afirma que esta situação se deveu à melhoria do investimento em maquinaria e equipamento (4,3%) e sobretudo, em material de transporte (11,6%), compensando assim o crescimento nulo do investimento em construção ao longo do trimestre. Por fim, registou-se uma queda de 3,7% nas novas operações de crédito de até um milhão de euros a empresas.

Exportações: abrandamento no arranque de 2018

O crescimento da economia portuguesa sofreu um abrandamento devido à procura externa líquida no primeiro trimestre deste ano (-0,3%), face ao ocorrido no último trimestre de 2017. De acordo com o relatório, esta desaceleração foi observada tanto nas exportações de bens de como de serviços, enquanto as importações de bens aumentaram mais do dobro do exportado no trimestre. Relativamente à entrada de turistas, em termos interanuais, esta continua a melhorar face ao ano anterior.

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A criação de emprego mantém-se

Segundo a entidade, no primeiro trimestre do ano, Portugal continuou a criar emprego e o setor dos serviços e o das vendas retalhistas foram os que mais contribuíram para tal. No entanto, a indústria, o setor da manufatura e o da construção resultaram na sua diminuição. Por sua vez, a taxa de desemprego continuou a cair alcançado os 7,9%, 2 décimas abaixo do trimestre anterior.

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2º trimestre: o crescimento poderá situar-se nos 0,3% t/t

Na sua conclusão, o relatório publicado pela BBVA Research, afirma que os dados conhecidos do segundo trimestre do ano, relativos à taxa de crescimento de emprego, refletem uma ligeira queda. A taxa de desemprego, por seu turno, voltou a baixar, situando-se em níveis que não se viam desde o início de 2004, de 7,4%. Sobre o consumo, investimento e turismo, a entidade refere que estes parecem perder força, sendo que o comércio externo mostra sinais de recuperação.

Quanto à balança comercial nacional, a entidade adianta que tanto as exportações como as importações de bens aumentaram, registando-se um acréscimo de 2,1% e de 2%, respetivamente. Do lado das entradas de turistas e nas dormidas, em abril verificou-se, segundo o relatório, uma queda de 0,9% das entradas de turistas e de 0,8% nas dormidas.

Já no que diz respeito ao índice de produção industrial, ao contrário do verificado em março, este parece ter fechado o mês de abril com uma queda de 6,1%. O relatório revela, ainda, que o índice de produção industrial seguiu a mesma dinâmica do indicador de confiança industrial, "que desacelera desde janeiro".