O Atrium Portfolio Sicav - Global Balanced A USD Acc, da Atrium Portfolio Managers, foi o fundo multiativos moderado mais rentável de 2024. Este fundo, gerido por Sérgio Martins, chegou ao primeiro lugar da tabela da sua categoria com um retorno de 18,39%.
O Atrium Portfolio Sicav - Global Balanced A USD Acc, da Atrium Portfolio Managers, foi o fundo multiativos moderado mais rentável de 2024. Este fundo, gerido por Sérgio Martins, chegou ao primeiro lugar da tabela da sua categoria com um retorno de 18,39%. Falámos com o gestor sobre o que conduziu a esta performance no ano passado.
1. Quais as principais características diferenciadoras do fundo que o levaram a ser o mais rentável na sua categoria?
O Global Balanced é um fundo de investimento com uma abordagem de investimento macro e top-down global, conjugando a visão da Atrium com um processo de investimento consciente em relação a benchmarks.
O processo de investimento é o principal fator diferenciador do Global Balanced. O fundo começa por definir os benchmarks para cada classe de ativos, regendo-se por uma abordagem global. Numa segunda fase, o Comité de Investimento estabelece um cenário macro que é reavaliado semanalmente de modo a refletir os últimos acontecimentos nos mercados financeiros. Durante o ano são feitos alguns tilts, que podem passar por alterações na exposição a ações, duration, enviesamento geográfico e/ou setorial, entre outros. O último passo na construção do portefólio passa pela seleção dos veículos de investimentos, dando primazia à utilização de cheap beta, investindo maioritariamente em ETF nas ações e obrigações, e cheap active, quando acreditamos que os mesmos têm uma rendibilidade esperada superior e/ou um risco inferior ao benchmark.
2. Que fatores e estratégias de investimento foram determinantes para a rentabilidade do último ano?
A exposição a ações foi o principal responsável pelo bom desempenho do portefólio, com destaque para os investimentos no mercado norte-americano. A visão de que seria possível evitar um hard landing acabou por ser decisiva. Numa fase inicial, os cortes de juro foram fundamentais. Numa segunda fase, a carteira beneficiou pelo desempenho de algumas tecnológicas ligadas ao tema de inteligência artificial.
A exposição ao dólar também adicionou valor durante o ano.
3. Houve algum evento ou decisão específica ao longo do ano que tenha tido um impacto mais significativo no desempenho?
Quando olhamos para 2024, e para as rendibilidades dos principais índices, este parece ter sido um ano relativamente simples. Todavia, acho que essa ideia é incorreta. Ao longo do ano tivemos fatores de risco muito relevantes. Os bancos centrais continuaram a ter um papel importante, sem um forward guidance claro. As taxas de juro na maior parte do globo estavam em níveis restritivos. Foi o ano com mais eleições, com cerca de 50% da população mundial a votar, que culminou em novembro com as eleições de Trump e com tudo o que isso acarreta para o mundo. As guerras na Ucrânia e Médio Oriente continuaram. Concluindo, diria que a capacidade de olharmos para lá dos fatores de risco e conseguirmos estar investidos em ativos de risco, foi chave.
4. Que mudanças ou ajustes estratégicos estão previstos para manter ou melhorar o nível de rentabilidade?
Não projetamos para 2025 um ano tão forte em termos de desempenho. Depois de dois anos consecutivos com o S&P 500 a crescer mais de 20%, acreditamos que dificilmente iremos repetir este nível de desempenho.
A ideia é manter a mesma estrutura no portefólio, procurando exposição a beta da forma mais eficiente possível. A maioria do portefólio continuará a ser investida via ETF, mas no caso das obrigações também via fundos de investimento, em estratégias que acreditamos possam superar os índices de referência. Acreditamos que o desempenho da componente de obrigações irá ter um maior impacto em termos relativos e, neste caso, iremos continuar à procura de ideias fora dos benchmarks tradicionais, como o investimento em dívida subordinada de banca europeia ou high yield. No entanto, a gestão da duração, algo que temos feito relativamente bem, irá ter uma reforçada importância.