Sinais de alarme para a gestão ativa na Europa

Sinais de alarme para a gestão ativa na Europa. Os fundos passivos europeus (grupo no qual se incluem ETF e produtos indexados) têm uma taxa de crescimento orgânico a um ano de 8%, face a uma taxa negativa de -1,2% dos fundos ativos, segundo dados da Morningstar. A taxa de crescimento orgânico, que expressa os fluxos em relação aos ativos no início do período considerado, é um dado muito revelador, que põe a descoberto o impulso que está a ter a gestão passiva no Velho Continente.

De acordo com os números que trata a empresa de análise, durante o último ano, os fundos europeus geridos ativamente só registaram quatro meses de entradas líquidas positivas, enquanto para encontrar o último mês de saídas líquidas de produtos indexados é preciso recuar no tempo até setembro de 2014. A hegemonia da gestão ativa na Europa continua a ser incontestável. 82% dos ativos estão em produtos geridos ativamente (7,4 biliões de euros, face aos 1,6 biliões que há em fundos passivos. O que deve preocupar as gestoras ativas, é uma tendência que, por agora, não para.

“O interesse dos investidores europeus pelos ETF parece continuar. Esta tendência também se reflete no número de produtos disponíveis, assim como nos novos lançamentos. Os ativos geridos pelos fundos cotados estão prestes a superar a dos fundos indexados tradicionais, o que indica que os investidores apreciam a flexibilidade e a gama de opções que estes instrumentos oferecem. Com a chegada de MiFID II, cabe esperar que esta tendência na Europa continue no futuro”, afirma Valerio Baselli, editor da Morningstar em Itália e França.

No fim de julho existiam 3.289 produtos indexados domiciliados na Europa (dos quais 2.305 eram ETF), que registaram entradas no valor de 115.000 milhões de euros no período compreendido entre agosto de 2018 e julho de 2019. Pelo contrário, no mesmo período, dos fundos ativos saíram quase 90.000 milhões.