Subida das taxas de juro: é o esperado pelo mercado e foi o que aconteceu nas três situações anteriores

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Thales, Flickr, Creative Commons

Quando é que a Fed começará a subir as taxas de juro? Esta é a questão que se colocam muitos investidores e aquela a que todas as gestoras tentam dar resposta. As vozes dividem-se entre os que pensam que Janet Yellen começará a subir o preço oficial do dinheiro já no próximo mês de dezembro e os que pensam que a normalização da política monetária terá apenas lugar em 2016. O ponto em que todos coincidem é que a Fed optará por um processo gradual e procederá à subida de taxas de forma moderada. Isto é o que opina a grande maioria dos participantes do mercado. No entanto, o consenso de analistas poderá estar a descontar um ritmo nas subidas inferior ao que poderá realmente acontecer. Extrapolando o ritmo que a Fed registou em ciclos anteriores, o risco de que o mercado não esteja a avaliar bem a velocidade deste processo de normalização constitui um risco real.

Atualmente, o mercado está a descontar a subida gradual das taxas de juro, que as colocam nos 2% no início de 2019. Ou seja, dentro de três anos o preço do dinheiro poderá estar nesse nível. Contudo, em ciclos anteriores o ritmo no aumento das taxas de juro foi muito mais rápido, como se pode ver no gráfico apresentado por Andrew Wells, diretor global de investimentos em obrigações da Fidelity, no Media Tour organizado pela gestora em Londres. No gráfico é visível que o ajuste mais importante teve lugar entre 2004 e 2006, período em que a Fed subiu as taxas de 0,25% para cerca de 5%. O ciclo ocorrido entre 1994 e 1995 foi igualmente severo, com uma velocidade elevada no processo de aumento das taxas. Em apenas dois anos, o preço oficial do dinheiro situou-se numa taxa de 3,5% partindo, inicialmente, de níveis mínimos. Já no ciclo compreendido entre 1999 e 2000 as taxas subiram até os 2%.

A grande questão que se coloca neste momento é lembrada noutro evento realizado na capital britânica, também na semana passada, desta feita pela mão da Schroders. Aymeric Forest, gestor de multiativos na gestora, diz que a dúvida é se, nesta ocasião, a Fed se posicionará à frente ou atrás da curva. Segundo explica o gestor do ponto de vista do desemprego, parece que a autoridade monetária optará por ficar atrás da curva. Pelo contrario, se se tomar como referência a inflação, o especialista considera que provavelmente Janet Yellen se posicione à frente da curva. Do que Aymeric Forest está consciente é que quando a Reserva Federal começar a subir as taxas de juro, “o normal será assistir a um cenário de maior volatilidade e menor rentabilidade das distintas classes de ativos”, assegura.