Segundo Gonzalo Rengifo, diretor geral da Pictet AM para Ibéria e América Latina, a procura institucional por estas estratégias está aumentar. “Este investimento denota responsabilidade corporativa, e para as instituições melhora o prestígio”, assegura.
O conceito de investimento socialmente responsável é muito difundido nos países do norte da Europa onde contam com regulação que sempre apoiou esta forma de investir. Quando se fala de investimento socialmente responsável há que começar a falar de investimentos de sustentabilidade, que conjugam factores financeiros com factores socialmente responsáveis, de corporate governance e meio-ambientais. Ou seja, tudo em um. É nisso que acredita Gonzalo Rengifo, diretor geral da Pictet AM para Ibéria e América Latina, que considera que este tema se relaciona fundamentalmente com o investimento a longo prazo, sendo uma opção de investimento para um número crescente de investidores privados e institucionais. “Para além da rentabilidade financeira, estão interessados no menor risco associado, pois as empresas com melhor classificação nestes factores costumam ser mais resistentes a longo prazo”, assegura.
Segundo explica Rengifo à Funds People, a experiência empírica revela que, apesar de ser mais difícil conseguir objetivos quando se empregam critérios de exclusão e de redução do universo de investimento, a rentabilidade que as estratégias que seguem uma filosofia de investimento deste género estão a oferecer são muito interessantes. “Temos sido capazes de evitar sacrificar a rentabilidade, estando esta pelo menos em linha com o resto do mercado em geral”, assegura. Neste sentido, Rengifo revela que nos últimos anos têm existido empresas que começaram a dar soluções de investimento socialmente responsáveis, que, para além disso, são financeiramente rentáveis. “Na verdade existe maior necessidade de investidores particulares e de procura institucional. Este tipo de investimento denota responsabilidade corporativa e para as instituições melhora o seu prestígio. Exemplo disso são os fundos de pensões”, assinala.
Atualmente, a maior parte da oferta ISR (Investimento Socialmente Responsável) acontece em ações. Neste sentido, basicamente todas as estratégias convencionais permitem investir com enfoque sustentável, em qualquer categoria de fundos. “Existem estratégias que permitem complementar os investimentos tradicionais. A mais básica passa por responder quanto e até que ponto a carteira inclui empresas que emitem CO2, comparativamente com o índice de referência. Posteriormente, há que questionar se há forma de reduzir a pegada de carbono, pois existe risco de surpresa negativa no preço da emissão. Na verdade, algumas das nossas propostas de investimento estão desenhadas para minimizar o risco. Trata-se de evitar potenciais perdedores. Para além disso, está a começar a medir-se a pegada de água, ou seja, até que ponto existe eficiência ou não no uso deste recurso. Seguem-se mais indicadores, que, em conjunto, compõem a pegada verde de um investimento”.
Outro enfoque é oferecido pelos fundos temáticos, ou seja, produtos nos quais o tema de investimento são, por si mesmo, de caráter sustentável. “Tratam-se de fundos que investem em indústrias globais relacionadas com a água, agricultura, madeira ou energias limpas, concentrando o investimento em empresas que podem facilitar a resolução de problemas meio-ambientais a longo prazo, com impacto socioeconómico”, assegura. Em qualquer caso, a recomendação de Rengifo é clara: “o investidor deve recorrer a aconselhamento”. O esforço que a gestora tem feito em investimento socialmente responsável tem sido importante. A Pictet AM participa em carteiras diversificadas de investimentos socialmente responsáveis desde 1997 e está comprometida com o código de transparência Europeia ISR e com os princípios de investimento responsável das Nações Unidas.