De acordo com a Bloomberg, o receio dos investidores, relativamente ao governo de Dilma e ao possível atraso que este possa significar, está a aumentar.
Os títulos da dívida externa brasileira denominados em dólar acumulam queda de 7,55% desde de finais de Março, constituindo, assim, a maior perda depois do recuo de 16% no terceiro trimestre de 2002.
A queda é comparável à perda média de 6,15% período para papéis de países com ‘ratings’ ‘BBB’, segundo dados do Bank of America.
Cresce o receio entre os investidores de que o governo Dilma seja um retrocesso em relação ao governo Lula, que tinha superado o cepticismo inicial dos investidores em obrigações para obter o primeiro grau de investimento da história do país em 2008.
Actualmente, a inflação ultrapassa os 6,5%, o tecto da meta, e o país enfrenta um potencial corte de crédito e os maiores protestos em mais de duas décadas. “As coisas não estavam bem e o Fed piorou tudo”, disse Paulo Vieira da Cunha, sócio da Tandem Global Management LP e ex-diretor do banco central em entrevista à Bloomberg. “De repente, aparece a perspectiva de pagar muito mais para tomar empréstimos no exterior. Isso pegou o Brasil com a defesa totalmente baixa”.
A administração de Dilma Rousseff está a tentar reactivar o crescimento económico, que arrefeceu durante dois anos consecutivos, passando de 7,6% em 2010 a 0,9% em 2012. Na quinta-feira passada, o Banco Central reduziu o seu prognóstico de crescimento para 2013 a 2,7% o que significa uma redução relativamente à projecção de Março que era de 3,1%.
Os protestos, que já levaram às ruas mais de um milhão de pessoas, começaram há três semanas contra um aumento no transporte público e expandiram-se à medida que os manifestantes começaram a reclamar contra a corrupção e a pedir melhor saúde e educação. O crescimento do PIB é o menor em mais de dez anos.