“Travão” na queda dos ativos sob gestão dos fundos imobiliários

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yo3l, Flickr, Creative Commons

Julho foi o mês de se quebrar o “feitiço” da redução de ativos sob gestão dos fundos imobiliários. Essa é a informação revelada pelos dados do Regulador, que atestam um aumento nos ativos geridos, em termos gerais, por estes produtos.  O crescimento, segundo a CMVM, foi de mais 82,4 milhões de euros face ao mês de junho, fazendo com que o montante sob gestão avançasse para os 11.844,3 milhões de euros. Em termos percentuais o crescimento foi de 0,7%.

De acordo com o Regulador, o maior contributo para este crescimento foi dado por apenas um segmento constituinte deste mercado. Os ativos sob gestão dos fundos de investimento imobiliário (FII) em específico foram os únicos que cresceram, enquanto o montante gerido tanto pelos fundos especiais de investimento (FEII), como pelos fundos de gestão de património imobiliário (FUNGEPI) recuaram no período. Mais concretamente os FII conseguiram um aumento de 1,7% no seu património gerido para os 8.389,1 milhões de euros, enquanto os FEII e os FUNGEPI recuaram respetivamente 1,9% e 1,4%, para 2.692,3 milhões de euros e 762,9 milhões de euros de montante gerido.

No que toca ao número de produtos, o mês de julho ficou marcado pela liquidação de um fundo fechado – o Historic Lodges, gerido pela Imorendimento – que fez encurtar o número de fundos imobiliários para 246, reduzindo-se assim o universo de fundos fechados para 128.

Investimento em UPs cresce tanto nos FII e FEII, como nos FUNGEPI

Relativamente ao investimento por tipo de ativos, denota-se que o montante aplicado em unidades de participação (UP) de outros fundos esteve em rota crescente, pelo menos na globalidade das carteiras dos FII e dos FEII, mas também nos portfólios dos FUNGEPI.  No caso dos fundos de investimento imobiliário e nos fundos especiais de investimento imobiliário, em julho, as entidades aumentaram em 0,4% o investimento em UPs de outros produtos, somando esta rubrica 3 milhões de euros. No caso dos FUNGEPI, o investimento aplicado em unidades de participação cresceu 0,1% no mês, elevando para  19,9 milhões de euros o montante presente nas carteiras.

Numa altura em que a gestão de liquidez é um tema em voga na gestão de ativos, os dados da CMVM mostram que em julho só os fundos fechados reduziram o investimento que fazem nesta aplicação. O aumento de dinheiro aplicado a este nível é bastante considerável no que concerne aos FII e aos FEII, que no sétimo mês do ano viram as suas carteiras incrementarem em 38,5% o dinheiro aplicado em liquidez.

Três maiores gestoras veem quota de mercado cair ligeiramente 

O trio de gestoras com maior peso no mercado manteve-se inalterado face a junho. Contudo, o Regulador indica uma diminuição de quota de mercado nas três entidades que compõe esse top 3. Numa análise que exclui os fundos fechados, a Interfundos continua a ser a gestora com maior número de FII e FEII em sua posse – 40 – e uma quota de mercado de 12,6%, que caiu 0,27 p.p. face a junho. Segue-se a Fundger, que contabiliza a gestão de 27 produtos e uma quota de mercado de 11,6% que se reduziu 0,11 p.p. no período. Encerra os "três mais" a Norfin, com 15 produtos e uma preponderância no mercado de 8,6%. No caso desta entidade variação mensal foi de – 0,03 p.p.