Eleições nos EUA, descida de taxas, monetários que dão 3%. Elena Domecq, diretora-adjunta de Estratégia e responsável pelo Investimento Sustentável para Espanha e Portugal da J.P. Morgan AM, partilha a visão da casa para os próximos meses.
Ano novo, momento de reflexão sobre a alocação de ativos. E não faltam temas de debate para 2024. As eleições nos EUA (e em muitos outros países), as descidas de taxas de juro (quando e quanto e o regresso do cupão positivo nas obrigações (que faz repensar o papel da liquidez em carteira). No âmbito da apresentação do último Guide to the Markets, Elena Domecq, diretora-adjunta de Estratégia e responsável pelo Investimento Sustentável em Espanha e Portugal na J.P. Morgan AM, partilhou a visão da casa para os próximos meses.
Monetários dão rentabilidades positivas
Embora a inflação esteja a abrandar nas economias desenvolvidas, o sentimento do investidor é de que nem todas as dúvidas estão esclarecidas. A grande diferença em relação à década passada é que, agora, o refúgio em ativos seguros volta a dar uma rentabilidade positiva. E isso é visível nos fluxos para fundos no ano passado; a maioria do capital procurou produtos de ultracurto prazo, vencimento fixo, monetários, etc.
Mas o que os cálculos da J.P. Morgan AM dizem é que, aos níveis atuais, as obrigações encontram-se num ponto mais atrativo do que a liquidez.
Obrigações ou ações?
O que é que 2024 nos vai trazer? Como sublinha Elena Domecq, a história diz-nos que um contexto de taxas de juro e inflação baixa é favorável para a duração, o crédito e as ações. E essas são as áreas em que a gestora está positiva. “A resposta para que as ações continuem a subir é os lucros empresariais continuarem a crescer. E, atualmente, é o nosso cenário base”, defende.
Tendo o mercado americano como referência, tanto o S&P 500 como o Tesouro americano a 10 anos têm um bom comportamento em anos de descidas de taxas. “Mas as obrigações norte-americanas começam a ter um bom desempenho quando as subidas terminam. E já estamos nesse ponto”, reforça.