Os EUA estão a atravessar uma Era de inovação que anda a par do pessimismo dos próprios norte-americanos em relação ao mercado de trabalho. A Pioneer Investments analisa esse contexto.
Foi em três partes que a Pioneer Investments se debruçou sobre as tendências de inovação que reestruturam a economia dos EUA.
1. Porque é que os americanos estão tão pessimistas em relação à economia?
Cinco anos depois da Grande Recessão, apesar das melhorias do PIB e do mercado de trabalho, a população norte-americana continua “oprimida por uma nuvem de sentimento negativo”, escreve a gestora, que entende que a raiz dos problemas é fácil de identificar: o mercado de trabalho. O gráfico abaixo evidencia que a taxa de recuperação do emprego durante as duas últimas recessões abrandou drasticamente, o que conduz a um debate nacional: o crescimento do desemprego é estrutural (permanente) ou meramente cíclico?

Na opinião da gestora o problema do desemprego de longo prazo está relacionado com a substituição tecnológica dos trabalhadores humanos. A competição crescente da China é, para a Pioneer, uma das razões que sustentam a fraqueza do mercado de trabalho nos EUA. “A deslocalização da produção para várias áreas do mundo, onde o trabalho é dramaticamente barato fez com que existisse uma perda de postos de trabalho nos EUA”. Acrescentam ainda que a “a arbitragem geográfica que existiu no mercado de trabalho e que teve lugar no sector da manufatura durante os últimos 25 anos mascarou um fenómeno de arbitragem tecnológica”.
2. Como é que a automatização e os robots vão afectar os postos de trabalho?
Na opinião da gestora são três as grandes tendências a este nível que estão a afectar a economia norte-americana.
- A automatização do trabalho que vive do conhecimento
Durante a próxima década é provável que este tipo de trabalho seja afectado pela automatização, nomeadamente milhões de postos de trabalho, especialmente os profissionais das vendas, da educação e do IT. “Esta tendência é conduzida pelos avanços na computação, que acelerará a produtividade”, referem.
- Os avanços da robótica
A entidade escreve que a procura da robótica espera-se que cresça, enquanto os custos deverão cair.
- Revolução energética
Os avanços tecnológicos na energia estão a conduzir a um 'boom' de produção e a uma redução de preços da energia. Referem que as vantagens dos EUA na energia, conjuntamente com o crescimento da produtividade, “contribuíram para aumentar a competitividade do país, levando também à sua re-industrialização”.
Estas três “pontos” combinados são, na visão da Pioneer, importantes para as próximas décadas dos EUA, já que vão permitir uma maior autossuficiência energética, abrindo-se oportunidades por exemplo ao nível da indústria.
3. Avaliar a economia norte-americana na Nova Era da Inovação
Mas as tendências no mercado norte-americano não se ficam por aqui. Áreas como as da saúde, comunicação, ou transportes, vão sofrer também mudanças bruscas que, por seu lado, conduzirão a mudanças na economia. Desta feita, para a Pioneer é importante uma perspetiva de análise diferente relativamente aos factores de longo prazo que estão a moldar esta economia. “Este contexto, em conjunto com a nossa análise financeira mais tradicional, irá permitir-nos identificar oportunidades únicas de retorno, bem como descobrir riscos ocultos de cada mercado”, dizem.
A nova Era irá exigir uma adaptação por parte da sociedade, e também ao nível dos investimentos vão existir diferentes ramificações. A Pioneer alerta que na gestora estão a “comprometidos em desenvolver novas ferramentas macro e micro económicas de forma a ajudar a abordagem de investimento a adaptar-se rapidamente ao contexto envolvente”.