Para Pedro Lino, à frente da Optimize Investment Partners, a intervenção no Silicon Valley Bank trouxe à tona alguns reminders. "Veio relembrar a necessidade da importância da gestão de risco nas suas diversas vertentes - liquidez, de taxa de juro, crédito, mercado, reputacional, etc.", refere.
Esta situação em específico, sublinha, "resulta de condicionantes internas (drenagem de depósitos e base de clientes empresariais específicas com necessidades de cash flows – start ups) e externas, com a subida expressiva dos juros a ter um impacto na desvalorização dos ativos do banco".
Embora, "a rápida intervenção da FED, FDIC e Tesouro Americano" tenha ajudado à contenção dos efeitos secundários, Pedro Lino recorda que mais pode estar para vir. "Está aberta a porta para a intervenção nos bancos comunitários e regionais, nomeadamente a um maior escrutínio não apenas pelos reguladores, mas pelos próprios clientes que irão selecionar com maior cuidado a instituição na qual depositam as suas poupanças", reitera.
Do lado dos investidores, por outro lado, foi a vez de estes "acordarem para a realidade do impacto de uma subida violenta dos juros". "Se por um lado permite aos bancos aumentarem a sua margem financeira, por outro lado tem um impacto negativo no investimento em obrigações. O prejuízo acumulado por todos os investidores durante o ano de 2022 está parqueado nos balanços. Às vezes vê-se outras não", conclui e alerta.
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