Um ano decisivo para os países do sudeste asiático

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davidyuweb, Flickr, Creative Commons

Numa das últimas publicação de Mark Mobius no seu blog, o especialista debruça-se sobre o sudeste asiático. Para o especialista da Franklin Templeton Investmentso papel dos mercados asiáticos na economia global tem crescido significativamente nos últimos anos, sendo esperado que esta tendência continue no futuro”.

2015 pode ser um ano chave para a ASEAN - Associação de Nações do Sudeste Asiático. Esta Associação, fundada em 1967 para promover a cooperação regional e a paz, é composta por dez países: Brunei, Cambodja, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname. De acordo com o guru dos mercados emergentes, estes países “já têm características atrativas para os investidores, incluindo perfis demográficos favoráveis, recursos naturais abundantes e mão-de-obra de baixo custo”. Esta comunidade abrange cerca de 600 milhões de pessoas e apresenta uma vasta panóplia de atributos económicos e financeiros dos quais se pode destacar o desenvolvimento tecnológico de Singapura e os recursos pouco explorados no Mianmar.

A ASEAN estabeleceu planos ambiciosos para a nova Comunidade Económica (AEC) que podem vir a ser concretizados ainda este ano. “É previsto que a AEC tenha as seguintes características: um único mercado e base de produção; ser uma região económica altamente competitiva e com desenvolvimento económico equitativo; estar totalmente integrada na economia global”, afirma Mobius.

Se a AEC estiver totalmente implementada até ao final deste ano, irá representar uma grande oportunidade para promover ainda mais o comércio transfronteiriço e conectar as economias, empresas e pessoas da região nos próximos anos”, sublinha o guru da Franklin Templeton.

De acordo com um estudo recente, realizado pela Boston Consulting Group, as empresas da região estão muito otimistas relativamente a esta Associação: 80% dos entrevistados consideram a AEC uma oportunidade de negócio para a sua empresa e acreditam que irá ajudar a acelerar o crescimento nas suas indústrias. Para Mark Mobius, o “sudeste da Ásia é atualmente um dos destinos de investimento mais emocionante para os investidores emergentes e de frontier markets”.

“As oportunidades disponíveis para os investidores são grandes, a partir do mercado de Singapura que está altamente desenvolvido e é tecnologicamente sofisticado. Existem mercados emergentes em diferentes estágios de desenvolvimento, como a Tailândia, a Indonésia e as Filipinas e alguns mercados fronteira tais como o Vietname ou Mianmar”, indica.

Os maiores desafios para a AEC

Para Mobius existem alguns desafios a assinalar para os países da ASEAN. “Naturalmente o facto de haver divergências entre países. Esta situação tem de ser superada através da cooperação coletiva para tornar a futura Associação bem sucedida”.

O gestor destaca ainda o facto da AEC ter de ganhar credibilidade e para isso ter de ultrapassar alguns obstáculos como a “diferença nas regulamentações e políticas, as pressões burocráticas além da preocupação que alguns empresários possam ter em relação à abertura do mercado”.

No entanto, se a “AEC for implementada com sucesso, podemos ter um PIB conjunto superior a 2.000 mil milhões de dólares. Acreditamos que todo os países da ASEAN vão acabar por trabalhar em conjunto numa visão coletiva e espírito de cooperação para que a AEC tenha sucesso”.