Update ao Pictet Multi Asset Global Opportunities: remodelando as suas posições estratégicas

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O Pictet Multi Asset Global Opportunities é um dos fundos mistos com mais património no mercado ibérico. Gerido por Andrea Delitala, este produto da Pictet AM conta com Selo FundsPeople 2020, com a tripla classificação de Favorito dos Analistas, Blockbuster e Consistente. O gestor e a sua equipa são investidores top-down. Começando o seu processo de investimento pela situação macroeconómica, política e pelas situações idiossincrásicas, sendo adaptativos ao longo do mesmo. Tratam de ver o que está previsto no mercado e adotam uma posição contrária, estando conscientes dos riscos de volatilidade e mudanças nas correlações entre ativos.

Segundo explica Delitala à FundsPeople, a atenção dos investidores continua na pandemia e na forma como os governos e bancos centrais vão atuar para tirar os países da recessão que começou em 2020.

“A nossa expectativa é de que os medos vinculados às ondas de COVID-19 podem dissipar-se devido aos progressos na vacinação, combinando com apoio fiscal e monetário. De facto, nos EUA há expectativas de mudança gradual de paradigma, com as políticas fiscal e monetária a apresentarem uma maior coordenação. Por sua vez, é provável que os bancos centrais, tendo assumindo de facto o papel de credores de último recurso para financiar as políticas fiscais expansivas, se tornem tolerantes à inflação”, prevê.

Assim, é provável que a economia mundial, após uma contração de 4% em 2020, cresça fortemente em 2021 e os lucros empresariais possam recuperar após terem afundado em 2020, com crescimento de 20% nos EUA e 50% na zona euro. Pelo menos, estas são as suas expectativas.

Posicionamento atual

Em concordância com uma previsão do aumento cíclico em 2021, impulsionado pelas políticas flexíveis fiscais e de bancos centrais, estão a remodelar gradualmente as suas posições estratégicas.

“Estamos otimistas quanto aos emergentes, especialmente no caso da Ásia, onde o controlo da pandemia se combina com alto potencial de crescimento e com a possibilidade de políticas multilaterais dos EUA relativas ao comércio. Estamos a avaliar o setor dos semicondutores. Além disso, esperamos que a volatilidade implícita volte à normalidade (o índice VIX a menos de 20) e prevemos a venda de contratos VIX que expiram em fevereiro, reduzindo ao mesmo tempo a exposição subjacente ao índice S&P 500”, afirma.

Últimas mudanças realizadas na carteira

A sua exposição a ações no fecho de 2020 superou os 28%, ainda que através das opções tenham reduzido a sua exposição líquida na zona euro para 7%. Mas a exposição aos EUA manteve-se nos 14%, através de opções sobre o S&P 500. “Por isso, a exposição aos EUA é o dobro da exposição à Europa, próxima do nosso objetivo estratégico a longo prazo. Além disso, acrescentámos a exposição cíclica a empresas industriais e de materiais globais e dos EUA, o que se combina com fabricantes de automóveis, energias limpas europeias e cuidados de saúde americanos”, revela.

Nas obrigações têm uma posição estratégica em dívida soberana italiana, cujo spread de rentabilidade a vencimento face ao bund alemão pode reduzir para menos de 1% num contexto de emissões líquidas negativas e procura de rentabilidade por parte dos investidores. No crédito chegaram a comprar proteção em investment grade americano através seguros de crédito CDS a preços que consideravam atrativos.