Update do DWS Invest ESG European Small/Mid Cap: crescimento rápido num ambiente desafiante

Um dos gestores do DWS Invest ESG European Small/Mid Cap, com Rating FundsPeople em 2024, Tim Wolff, começa a sua análise destacando uma característica fundamental que distingue as small caps das grandes empresas: o seu maior crescimento em receitas e lucros por ação.

Segundo explica, estas empresas desenvolvem-se em segmentos de mercado que as grandes empresas não costumam explorar, o que favorece a sua inovação e dinamismo. “O crescimento das receitas das small caps foi quase o dobro do das grandes empresas”, afirma Wolff. Este crescimento sustentado deve-se, em parte, à capacidade de se adaptar rapidamente ao mercado, algo que as grandes empresas muitas vezes ignoram quando se concentram nas suas bases de clientes já estabelecidas.

Além disso, Wolff destaca que a composição acionista de muitas dessas empresas, onde os fundadores ou as suas famílias continuam presentes, reforça a sua mentalidade empreendedora, vantagem que se traduz numa abordagem ágil e estratégica do crescimento.

Liquidez e volatilidade, os desafios a ter em conta

Uma das preocupações constantes dos investidores em small caps é a liquidez desses ativos. Wolff reconhece esse problema, mas acrescenta que essa baixa liquidez também pode oferecer um prémio de iliquidez para investidores dispostos a assumir o desafio. “Devemos ser disciplinados e conscientes dos preços de entrada e saída, pois esse processo não é tão imediato”, diz Wolff, observando que a equipa em Frankfurt implementa uma estratégia comercial estruturada para gerir essa realidade.

Wolff também destaca a volatilidade controlada em comparação com grandes empresas. Segundo o profissional, embora as small caps tendam a ser dinâmicas, as suas taxas de volatilidade não são tão diferentes das das grandes empresas, o que proporciona uma margem de estabilidade. “A volatilidade dos índices de small e large cap é praticamente indistinguível”, aponta, desmistificando a perceção de maior risco nesses investimentos.

Para contrariar as restrições de liquidez, a equipa de gestão da DWS estabelece limites de investimento rigorosos. Por exemplo, 75% da sua carteira é composta por ações com um volume diário de negociação superior a quatro milhões de euros. Com cerca de 4.000 milhões de euros em ativos sob gestão (incluindo fundos de investimento e contas segregadas), o DWS Invest ESG European Small/Mid Cap procura oferecer uma estrutura diversificada e líquida. Mantêm cerca de 2% em liquidez, “utilizada em combinação com futuros para manter 100% de exposição ao mercado e, assim, garantir liquidez, se necessário”.

Gestão ativa, rotação de carteiras e abordagem disciplinada

Na gestão do fundo, a equipa implementa uma gestão ativa, com uma rotação de carteira na ordem dos 50%. Esta abordagem baseia-se numa análise minuciosa de cada posição, permitindo identificar oportunidades de crescimento de qualidade e casos de inflexão.

As primeiras são empresas que lideram os seus setores e mostram rentabilidades crescentes, enquanto os casos de inflexão são empresas que estão num ponto de mudança positiva, como uma nova direção ou uma reorganização interna. “Essas empresas podem oferecer muito potencial para surpresas positivas”, afirma Wolff, embora também alerte que esses casos de inflexão têm um nível mais alto de risco. E é por causa dessa parte da carteira que o volume de negócios é tão alto.

O fundo tem um active share de quase 90%, um valor elevado que demonstra a sua elevada diferenciação face aos índices de referência. A nível de benchmark, usam principalmente o STOXX Small Mid, embora alguns clientes optem pelo MSCI Europe Small Mid, um índice que, segundo Wolff, inclui ações com baixa liquidez, o que não se alinha com os critérios do fundo.

Oportunidades e riscos no contexto atual

O aumento das taxas de juro nos últimos anos criou dificuldades para as small caps, especialmente na Europa, e, segundo Wolff, essa situação criou oportunidades únicas. “As small caps estão mais baratas do que nunca em relação ao mercado geral, negociando mesmo com um desconto histórico”, refere Wolff, observando que o espaço europeu de small caps oferece uma combinação de growth e value atrativa.

“No atual ambiente de taxas de juro mais altas, concentramo-nos em empresas com balanços fortes e modelos de negócios resilientes que podem prosperar mesmo nas condições económicas mais difíceis”, explica Wolff. Esta abordagem levou a equipa a identificar oportunidades particularmente atrativas em setores como a indústria e a tecnologia.

Por fim, Wolff aponta que o interesse dos investidores pode mudar diante de uma melhoria nas perspetivas macroeconómicas. Com um crescimento esperado de 1,5% na Europa no próximo ano, espera-se que as small caps europeias vejam uma recuperação significativa num contexto de menor volatilidade das taxas.

Setores preferidos

A estratégia de investimento do fundo baseia-se numa abordagem bottom-up rigorosa, com um forte ênfase na qualidade e sustentabilidade do negócio. A equipa procura empresas com vantagens competitivas sustentáveis, equipas de gestão fortes e potencial de crescimento a longo prazo.

“Encontramos oportunidades particularmente interessantes no setor industrial, onde vemos empresas bem posicionadas para beneficiar de tendências estruturais como a automação e a transição energética”, afirma. Além disso, o gestor destaca que o setor de tecnologia oferece casos de investimento atrativos, principalmente em empresas que estão a liderar a transformação digital

Uma abordagem de equipa e uma gestão diferenciadora

Tim Wolff conclui destacando que o DWS Invest ESG European Small/Mid Cap é gerido com uma abordagem totalmente democrática, na qual todos os membros da equipa de cinco gestores/analistas têm um voto igual. “O responsável pela nossa equipa tem quase trinta anos de experiência, mas o seu voto vale o mesmo que o meu”, diz Wolff, que acrescenta que uma análise minuciosa e a tomada de decisão partilhada fornecem um alto grau de segurança nos investimentos.