“Com uma volatilidade das taxas de juro tão elevadas, acreditamos que há muito para oferecer”, afirma Arif Husain, gestor do fundo.
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Os bancos centrais estão a ganhar a guerra contra a inflação, mas a luta ainda está longe de terminar. Na opinião de Arif Husain, ainda haverá um maior endurecimento da política monetária nos próximos meses. “O próprio Jerome Powell afirmou-o na última declaração da política monetária do FOMC”, insiste o gestor do T. Rowe Dynamic Global Bond Fund.
O gestor sente-se confortável com a trajetória das taxas de juro que a Fed tem comunicado em repetidas ocasiões, mas também considera evidente que o mercado se está a antecipar aos acontecimentos. “A revalorização das curvas soberanas por parte do mercado a estes níveis está para além de qualquer viragem razoável para a moderação na ausência de um acontecimento sistémico. A inflação não desapareceu por magia e as economias em geral continuam muito resistentes”, defende.
E o principal motor da inflação nestes momentos continua a ser o mercado de trabalho. É um problema que os bancos centrais têm de abordar, reconhece Arif Husain. “A redução da rigidez do mercado de trabalho é um tema delicado do ponto de vista sociopolítico e já estamos a assistir a alguns dos seus efeitos na Europa. No entanto, se os bancos centrais não abordarem o problema do mercado laboral, a inflação pode tornar-se rígida e, nesse caso, entraríamos novamente num novo regime de inflação mais elevada durante mais tempo”, sublinha.
Últimos movimentos no T. Rowe Dynamic Global Bond Fund
Não obstante, apesar do complexo contexto, ou talvez precisamente por causa dele, a equipa gestora deste fundo é oportunista com o mercado atual. “As recentes turbulências nos bancos regionais norte-americanos e europeus recorda-nos que a política monetária funciona com um efeito atrasado. Embora muitos investidores se tenham esquecido disto até aos últimos acontecimentos, é preciso recordar que a volatilidade cria oportunidades. Com uma volatilidade das taxas de juro tão elevadas, acreditamos que há muito para oferecer”, afirma Arif Husain.
Por isso, o T. Rowe Dynamic Global Bond Fund está a fazer jus ao seu nome e a aproveitar toda a flexibilidade que o seu mandato lhe dá. É o caso da sua gestão da duração. O fundo pode reduzir rapidamente a duração global da carteira até menos de um ano, o que lhes permite gerir o risco de queda e até gerar rentabilidades absolutas positivas. Por outro lado, também tem a flexibilidade de aumentar a duração total até seis anos, para tentar maximizar os retornos.
Um exemplo de como aplicam isto na prática pode ser visto na forma como geriram as turbulências na banca em março. “A preocupação dos investidores com o setor bancário e a fuga para a segurança que se seguiu provocou um forte aumento das taxas em toda a curva, mas sobretudo na secção inicial, com uma inclinação significativa das curvas”, recorda o gestor.
Dois movimentos táticos
Após estes bruscos movimentos, realocaram parte das suas posições curtas em duração à secção anterior à parte frontal da curva de determinados mercados desenvolvidos, uma que vez que, do seu ponto de vista, a previsão do mercado de cortes de taxas em 2023 parece exagerada. “Apesar de estar a abrandar, a inflação mantém-se obstinada e rígida e os mercados de trabalho dos EUA e Europa têm demonstrado ser resistentes. O aumento das taxas de juro na parte frontal da curva ofereceu um nível atrativo para recalibrar a nossa posição curta”, explica Arif Husain.
Quanto às posições longas, dentro do crédito, a deterioração da confiança no risco fez com que os spreads aumentassem até níveis que a equipa gestora considera suficientemente atrativos para aumentar taticamente, dada a possibilidade de compressão dos spreads. “A médio prazo, a nossa convicção continua a ser pessimista, uma vez que o impacto de um rápido regime de endurecimento monetário começa a pesar sobre os fundamentais empresariais”, afirma.