Segundo dados do Banco de Portugal, este é o montante mais elevado desde o início da série. Além disso, o total do ativo dos fundos de investimento também alcançou um máximo histórico.
Valor das unidades de participação emitidas pelos fundos de investimento volta a crescer em 2024, tal como já tinha acontecido em 2023. De facto, de acordo com o Banco de Portugal, este valor cresceu 4,1 mil milhões de euros, atingindo, no final de dezembro, 45,3 mil milhões de euros, o montante mais elevado desde o início da série.
Segundo a entidade, este comportamento, que consideram “bastante semelhante ao registado no ano anterior”, é sobretudo justificado por outras variações de volume e preço, nomeadamente, pela valorização das unidades de participação (2,1 mil milhões de euros) e pela conversão de sociedades não financeiras do ramo imobiliário em fundos de investimento (1,9 mil milhões de euros). Além disso, “contribuiu também para esta evolução o facto de as emissões de unidades de participação terem superado as amortizações em 0,1 mil milhões de euros”, afirma o Banco de Portugal.
Total de unidades de participação emitidas | Montantes em fim do mês, em milhões de euros
Fundos imobiliários representaram 76% das outras variações de volume e preço
“Apesar da reduzida expressão das transações das unidades de participação, o comportamento por tipologia de fundo foi diferenciado”, afirma a entidade. Assim, em termos líquidos, os fundos de obrigações emitiram 0,9 mil milhões de euros. Em contrapartida, os fundos imobiliários amortizaram 0,8 mil milhões de euros.
Quanto às outras variações de volume e preço, conta o Banco de Portugal, “os fundos imobiliários foram os principais responsáveis quer pela valorização das unidades de participação emitidas, que refletiu a valorização dos imóveis em carteira, quer pela conversão de sociedades não financeiras do ramo imobiliário em fundos de investimento”. No total, os fundos imobiliários representaram 76% das outras variações de volume e preço.
“A análise por variabilidade de capital evidencia um crescimento dos fundos de investimento fechados, reflexo do incremento dos fundos imobiliários”, explica ainda a entidade. Nos últimos quatro anos, o peso dos fundos de investimento fechados no total aumentou 10 pontos percentuais.
Total do ativo dos fundos de investimento bate novo recorde
O Banco de Portugal dá ainda conta que, em 2024, os particulares aumentaram as suas aplicações em fundos de investimento em 1,6 mil milhões de euros. “No final do ano”, acrescentam, “detinham 49% do total de unidades de participação emitidas e mantinham-se como o principal setor investidor em fundos de investimento”.
Neste período, o total do ativo destes produtos ascendeu a 52,3 mil milhões de euros, o que corresponde ao máximo da série histórica que se inicia em dezembro de 2000.
Em termos de transações, o Banco de Portugal destaca que, em 2024, os fundos reduziram os seus depósitos em 0,3 mil milhões de euros e que o valor das vendas de ativos não financeiros, nomeadamente imóveis, superou o das aquisições em 0,9 mil milhões de euros. Em sentido inverso, os fundos aumentaram o seu investimento em títulos de dívida em 0,8 mil milhões de euros.
O investimento em títulos de capital totalizava 0,4 mil milhões de euros no final do ano, concentrando-se sobretudo em ações e outras participações.
Investidores em unidades de participação | Posições em fim de período, em milhões de euros