O mês de abril foi marcado, na sua generalidade, por algum aumento da volatilidade nos mercados. Seja pela política económica da administração Trump, seja pela política monetária da Fed, a verdade é que se registaram alterações nos mercados. No entanto, em relação ao primeiro trimestre deste ano, é possível observar melhorias, assim o afirmam alguns gestores da Dunas Capital e da Santander Asset Management, nas fichas de produto dos fundos multiativos defensivos (Categoria APFIPP) que têm a seu cargo.
Vejamos o que os gestores Joaquim Luiz Gomes e Pedro Fernandes, do EuroBic, e Toby Vaughan, da Santander Asset Management, têm a dizer sobre os fundos EuroBic Investimento, Santander Select Defensivo e Santander Select Moderado.
Para os gestores Joaquim Luiz Gomes e Pedro Fernandes, o mercado foi marcado pelo aumento da volatilidade nos mercados, no entanto, os retornos que se registaram acabaram por ser positivos, especialmente na Europa. Segundo estes, o destaque na Europa vai para os índices italiano, francês e alemão que aumentaram 7,0%, 6,8%, 4,3%, respetivamente. Já nos EUA, o Nasdaq 100 subiu 0, 4% enquanto o Dow Jones valorizou 0,2% e o S&P 500 0,3%. Seguidamente, os gestores ainda afirmam que na 'earnings season' o alívio da tensão entre os Estados Unidos e a China “foram os principais drivers do sentimento otimista”. No entanto, contrapõe que no conflito entre a Rússia e os EUA “a imposição de sanções à Rusal causou alguma tensão”.
Partindo para a questão das matérias-primas, o destaque dos gestores vai para a subida do preço do alumínio e do barril de crude “que atingiu máximos de 2014”. Estes referem ainda o facto de as minutas da Fed demonstrarem confiança na economia e nas expectativas de inflação, “deixando em aberto a possibilidade de 4 subidas de taxas este ano em vez de 3”. Relativamente ao BCE, os gestores afirmam que este manteve a sua política inalterada, “com Mario Draghi a focar-se nos riscos e a ser ligeiramente mais dovish do que o mercado esperava.” Estes acrescentam ainda, em nota de conclusão, que “apesar de o BCE reconhecer o ligeiro arrefecimento dos dados macroeconómicos no primeiro trimestre, o Presidente do BCE permaneceu confiante quanto ao crescimento e inflação da Zona Euro”.
Passemos agora ao comentário de Toby Vaughan, gestor de ambos os fundos Santander Select Moderado e Santander Select Desfensivo, que partilha da mesma opinião dos outros dois gestores, em relação à economia europeia. Este declara que a economia europeia atingiu um ponto de consolidação, com o Eurostoxx50 a subir mais de 5%, devido aos setores da energia e do retalho. Em termos efetivos, “os números macroeconómicos apontam para um sólido crescimento de 2,5% para a região em 2018”, afirma o gestor.
Relativamente aos Estados Unidos, Toby Vaughan continua na mesma linha de pensamento dos outros dois gestores, dizendo que o sector tecnológico “continuou a afetar os principais índices, impedindo o S&P500 de seguir os ganhos europeus, registando uma subida marginal de 0,27%”. No entanto, o sector petrolífero ganhou força, com a subida do preço do petróleo, “sustentando a performance do índice no passado mês.”
Passando para o tema dos mercados de dívida, Toby Vaughan refere que “a redução da perceção de risco e a estabilização dos fundamentais económicos levou a yield a 10 anos dos EUA a subir 0,21 p.p.”. Além disso, esta redução calhou num mês em que a Reserva Federal anunciou prever três subidas dos juros “e que antevê um nível de inflação acima de 2% em 2020”.
Em relação ao fundo Santander Select Defensivo, o gestor declara que tem vindo a apresentar correções nos ativos de maior risco, como as ações, mas também nos ativos de menor risco, como as obrigações de empresas. Aliás, “a performance do fundo a três anos encontrava-se negativa ao final de abril comparando com períodos em que foram atingidos máximos.” Em termos de alterações de gestão, o destaque vai para a redução em cerca de 2,7 p.p. da alocação a ações, que se encontra agora underweight nos 7,1%, conclui o gestor.
Seguidamente, o fundo Santander Select Moderado, em contrapartida, apresenta retornos positivos nos prazos mais longos. Também este registou correções nos ativos de maior risco, como as ações, mas também nos ativos de menor risco, como as obrigações de empresas. Relativamente às alterações de gestão destaca-se a redução em cerca de 2,5 p.p. da alocação a ações, que se encontra agora underweight nos 27,4%. O gestor acaba por concluir o seu comentário ao acrescentar que esta redução centrou-se no mercado acionista europeu e nas economias emergentes, tendo aumentado no final do mês a alocação a ações norte-americanas.