“A combinação entre o consumo doméstico e o investimento empresarial foi a chave para o mercado americano em 2013”

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Cedida

O PIB norte americano vai crescer 3% em 2014”. Assim iniciou Christian Preussner, responsável da equipa de ações americanas na Europa da J.P. Morgan Asset Management, a sua conversa com a Funds People. Este crescimento de 3% nos EUA vai ser alicerçado pelo “aumento do consumo interno, pela recuperação no imobiliário e pela investimento empresarial”, afirmou o especialista. “Estes três fatores são precisamente aqueles que estão a empurrar o S&P500 para máximos históricos, especialmente tendo em conta que o PER é de 14,3x, abaixo da média histórica nos últimos 30 anos que se situa nos 14,9x”, continua.

Para 2014 o gestor é assertivo ao afirmar que “o Earning per Share será o indicador a olhar em 2014, no que toca ao S&P500”.

“Quando as yields são inferiores a 5% , o aumento das taxas de juro tem sido geralmente associado com o aumento dos preços das ações”

Desde 1963 a correlação entre a subida das taxas de juro por parte da FED e o comportamento dos mercados acionistas tem sido negativa. “Quando as yields são inferiores a 5% , o aumento das taxas de juro tem sido geralmente associado com o aumento dos preços das ações. Esta situação torna o investimento em ações muito positivo”, afirma Christian Preussner. Nos próximos tempos a mudança por parte da FED não será significativa. “Janet Yellen será muito similar a Bernanke no modo de atuar e deverá seguir a mesma linha. Esperamos ainda que o tapering se inicie nos primeiros meses de 2014”, continua o especialista. Também os mercados devem seguir da mesma tendência. “Não esperamos que o mercado esteja preparado para o aumento das taxas de juro por parte da FED”, alerta.

Já sobre o problema do tecto da dívida o gestor acredita que “o problema seja resolvido até fevereiro, até porque assim o impacto na economia norte-americana será menor.”

A recuperação imobiliária

O mercado imobiliário está a recuperar nos EUA. Para o especialista a “recuperação imobiliária está a começar a fazer-se sentir. O preço médio da amortização no terceiro trimestre foi de 589 dólares. Já no arrendamento o valor tem vindo a subir exponencialmente situando-se nos 746 dólares”. Também o número de casas disponíveis está ao nível de 2002.

O consumo interno também melhora, sobretudo devido às vendas de automóveis que têm vindo a crescer desde 2010.

Três caminhos de investimento

Christian Preussner mostrou três produtos que investem no mercado acionista norte-americano. O JP Morgan Investment Funds – US Select Equity Funds que apresenta uma rendibilidade anualizada nos últimos cinco de 9,88% e que tem nos sectores dos semicondutores, media e automóvel as posições dominantes, sendo que tem em carteira 156 empresas. Em relação ao S&P500 este fundo apresenta um Beta de 1,05. Já o P/E está nas 13,3x e o P/FCF está nos 11,8x.

Já o JPMorgan Funds – America Equity Fund prefere sectores do consumo discricionário e financeiro como maiores posições entre as 33 empresas. Nos últimos cinco anos a rendibilidade do fundo é de 10,17%. O Beta é de 1, seguindo de muito perto o benchmark. O P/E é de 14,2x e o EPG growth atinge os 18,2%.

O JPMorgan Funds – US Value Fund investe essencialmente em empresas de alta qualidade, sob uma abordagem value, com destaque para o sector financeiro, saúde e consumo discricionário, num total de 96 companhias. O EPS growth é mais modesto do que no caso anterior, situando-se nos 10,6%. Já o Beta está nos 0,87. Já sobre o futuro das empresas, estilo valor, o gestor acredita que estas ”estão de volta ao mercado norte-americano. O ciclo das empresas value são muito maiores do que as empresas growth”.