O responsável global de Gestoras na wealthtech reflete sobre o potencial do mercado de ativos privados e o papel-chave da Allfunds no seu desenvolvimento.
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À frente da área de alternativos da Allfunds, AAS, está Borja Largo, responsável global de Gestoras. Convencido das vantagens do investimento em mercados privados, assinala que a não liquidez é uma vantagem. “Educámos as pessoas a tomar decisões a cada minuto, mas tal não é necessário. Os produtos alternativos trazem outro tipo de discussão para a carteira, permitindo um posicionamento e uma tomada de decisões mais estrutural”, assinala. Além disso, o facto de não ter liquidez diária pode proteger o investidor de mudanças erradas.
Por outro lado, o papel do capital privado na economia é cada vez mais relevante. “Os fundos estão a adotar um papel mais importante no financiamento das empresas”, assinala, sem se esquecer de que “90% das empresas do mundo não estão cotadas”, e, por isso, “o universo de investimento é muito mais amplo”.
Existe atividade no lado da oferta, e as entidades têm a sua estratégia clara a nível global: aceder ao investidor privado, “o segmento com um verdadeiro potencial de desenvolvimento”, assinala Borja. Com esta motivação, a Allfunds lançou o Allfunds Private Partners (APP), um grupo fechado de partners premium, composto por gigantes como a Blackstone, KKR, Apollo, Carlyle, BlackRock, Franklin Templeton ou a Morgan Stanley.
Objetivo de crescimento na banca privada
Uma vez identificado o investidor final (a banca privada) e o tipo de veículo (o fundo de fundos ou unit linked), a nível de estrutura jurídica, contemplam todo o tipo de fórmulas: desde SCR, FCR, ELTIF e estruturas luxemburguesas, a feeder europeus e feeder Cayman. “A nossa gama não está limitada. Atualmente, trabalhamos com 130 gestoras alternativas e um total de 1.500 veículos”. Enquanto nos investimentos tradicionais “uma gestora traz 100 fundos, aqui, uma entidade de mercados privados traz-lhe 10. Há menos empresas e, à exceção das globais de maior dimensão, costumam estar especializadas em determinadas estratégias”.
As gestoras internacionais levam os seus veículos à Allfunds, por vezes após um acordo com uma gestora local. “Podemos ajudar a procurar o melhor caminho entre todas as opções de distribuição, e garantimos que, no momento em que se fecha um acordo, o seu fundo está na nossa plataforma”, assinala.
25 anos depois
A situação dos mercados privados “lembra-nos muito quando começámos a arquitetura aberta há 25 anos”. Borja assinala um gap a três níveis: de produto, comercial e de educação. “Esses gaps têm de ser compensados pela menor volatilidade e um alfa de rentabilidade, e exigem que se trabalhe com os melhores”.
Na Allfunds, “estamos a facilitar o acesso ao investimento numa fase muito inicial”, explica. As percentagens atualmente investidas são muito baixas. “Quanto à banca privada, estamos a falar de 2-3%. A cinco anos, se olharmos para o exemplo americano ou alguns dos principais distribuidores de banca privada, podemos chegar a cerca de 10%. É puro crescimento”.
Um fator fundamental do desenvolvimento são as contas omnibus, que facilitam e simplificam significativamente a estrutura operacional das entidades. “A plataforma tecnológica implica uma entrada maior de concorrentes no mercado. A nossa vocação é prestar serviço ao distribuidor, albergando todas as gestoras”, assinala.
Primeiros passos
A Allfunds introduziu-se no negócio de mercados privados há três anos, com a iCapital. “Ajudou-nos a entender o mercado e o apetite que existe por este tipo de ativo”. No entanto, “com esta colaboração, aprendemos que os feeders têm um alcance limitado, visto que não são os veículos sobre os quais recai maior preferência; não é a maneira mais eficiente de aceder à distribuição em certos mercados”, assinala. “Dependemos do distribuidor e daquilo que nos pede. Precisamos de um leque de estratégias-gestoras-combinações regulamentares”, pelo que desenvolveram as suas próprias iniciativas com SCR, FCR e FIL, bem como o mencionado programa APP. Ao mesmo tempo, “entre as gestoras, há uma tendência de lançar os seus próprios veículos e utilizar menos plataformas feeder, como a iCapital”, aponta.