A Funds People entrevistou a equipa gestora do BPI Vida Universal, "um fundo de fundos em formato seguro" que completa dez anos com uma gestão quantitativa.
Que modelo de gestão quantitativa seguem?
O BPI Vida Universal é um fundo de fundos misto, com uma perspectiva global, que investe em várias classes de activos e áreas geográficas, utilizando fundos de investimento harmonizados como activos subjacentes. O fundo investe nas classes de activos que apresentam maior tendência de subida (filosofia de 'momentum'/ 'trend following'), recorrendo para esse efeito a uma estratégia de investimento quantitativa, muito dinâmica, flexível e disciplinada.
Quais os principais objectivos?
O mix de modelos quantitativos que utilizamos tem três objectivos: identificação de tendências fortes e consistentes de entre um grupo diversificado de classes de activos descorrelacionadas ou com baixa correlação entre si; diversificação do período da tendência; e observação do mercado em momentos distintos.
É um modelo próprio ou de terceiros? Se é de terceiros, de que entidade?
Todos os modelos quantitativos utilizados foram desenvolvidos internamente, sendo revistos periodicamente, de forma a avaliar se continuam a captar as tendências de mercado de forma adequada e se faz sentido a introdução de novas classes de activos.
Existe algum tipo de mecanismo de protecção do capital ou de manutenção do nível de risco?
A estratégia de investimento do fundo, pela sua grande flexibilidade e dinamismo, permite que o fundo se adapte rapidamente a alterações nas condições de mercados, contribuindo assim para a protecção do capital investido no longo prazo.
Como se tem comportado o produto nos piores momentos da crise de mercado?
O fundo já passou por algumas crises de mercado, tendo revelado na maior parte delas um comportamento favorável. O ano 2008 constituiu um bom exemplo. Neste ano o fundo apresentou uma desvalorização de 8,1%. No entanto, neste ano os índices accionistas apresentaram perdas médias de cerca de 40%. Em 2009 o fundo registou uma valorização de 21,8%, tendo recuperado largamente as perdas sofridas em 2008.
Qual a rotação que tem a carteira?
Como já foi referido, a estratégia do BPI Vida Universal é muito dinâmica, pelo que a rotação da carteira do fundo tende a ser elevada.
Como se realiza a selecção dos produtos?
O fundo, por prospecto, só investe em fundos geridos por entidades externas ao grupo BPI. O processo de selecção de fundos tem como ponto de partida uma base de dados proprietária, bastante vasta. Numa primeira fase é efectuada uma análise quantitativa, que tem por objectivo avaliar a rentabilidade e o risco dos fundos e a consistência da performance, e que permite reduzir o potencial universo de investimento. Numa fase posterior, os fundos mais bem posicionados na analise quantitativa são submetidos a uma análise qualitativa em que se procura avaliar a sociedade gestora, o processo de investimento e a equipa de gestão. Esta análise envolve contactos com as sociedades gestoras e com as equipas de gestão dos fundos, através de reuniões, 'conference calls', etc.
Trabalham com um número fixo de gestoras ou estão abertos a qualquer uma?
Não excluímos à partida nenhuma casa de investimento. Contudo só investimos em fundos e sociedades gestoras que tenham apresentados resultados favoráveis em ambas as etapas (analise quantitativa e qualitativa) do processo de selecção de fundos.