Uma “fábrica” que procura eliminar as barreiras à felicidade

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Cova do Mar

Nenhuma criança deveria pagar para brincar”. Este é o mote do projeto que nasceu no final de 2016, e que atualmente assenta em dois pilares: a ONG Cova do Mar e a Fábrica dos Sonhos. A responsável é Xana Gonzalez, que em conjunto com uma equipa de voluntários procura que o “acesso à felicidade através do brincar não dependa da capacidade financeira das famílias e que seja acessível a todos de igual forma”. A ONG tem como esfera de atuação bairros de exclusão social, procurando servir como porto de abrigo gratuito às crianças que aí vivem.

É neste contexto que surge a Fábrica dos Sonhos, procurando dar resposta “a uma comunidade situada na Trafaria que não tem acesso a água e luz legalizadas, nem qualquer tipo de saneamento básico”. Desta forma, este é um espaço onde as crianças podem ir depois das aulas e no qual são oferecidas as condições necessárias para que possam brincar ou fazer os trabalhos de casa. Neste momento, são já 60 as inscrições de crianças entre os 6 e os 17 anos, “e com uma grande probabilidade de chegar às 100 inscrições”.

Mas a felicidade nem sempre lhes tem batido à porta. Xana Gonzalez explica que, neste momento, existem dois grandes obstáculos: “a falta de fundos e a chegada do inverno. A falta de fundos para funcionarmos todos os dias durante o próximo ano letivo, e a chegada do inverno por causa das falhas de eletricidade”. De facto, este é um dos aspetos mais difíceis de contornar, uma vez que “a instalação elétrica de todo o bairro vem de puxadas ilegais, sendo partilhada por todo o bairro. Na altura do frio e da chuva a sobrecarga é tanta que existem zonas do bairro que ficam sem luz durante uma semana”. Esta situação impossibilita as crianças de ler ou escrever e tem implicações no aquecimento das casas.

O que fazer para ajudar

Tendo em conta as dificuldades do projeto, foi criado um Crowdfunding “Anjos da Guarda” para que todas as atividades de apoio a estas crianças possam continuar. Xana Gonzalez destaca, ainda, que é importante “a defesa dos direitos humanos para a realidade que estas crianças vivem, cuja Convenção de Direitos Humanos é dia após dia violada”. 

Atualmente a ajuda pode ser feita através de transferência bancária para o IBAN PT50 0035 0592 00012475830 33 ou através de PayPal / Cartão de CréditoBrevemente serão disponilizadas as opções de débito direto e referência multibanco. 

Existe sempre alguém pronto para ajudar

Foi através de Vasco Nuno Jesus, da MCH Investment Strategies, que o projeto chegou ao conhecimento da Funds People e agora à nossa comunidade de leitores. “Vasco Nuno Jesus tem sido um pilar fundamental desde o início”, refere a responsável. O apoio tem sido uma constante, mesmo antes deste ser apenas um conceito e um projeto amador. Um apoio que revela que não é preciso muito para mudar o mundo e que encoraja aqueles que procuram transformar a vida de 60 crianças.

Toda e qualquer ajuda será focada exclusivamente no bem estar das Crianças do 2º Bairro do Torrão

A verdade é que nada se compara à realidade vivida naquele bairro. Vasco Nuno Jesus explica que este é um projeto que tem sido, como diriam os ingleses, “a truly eye opener”. Isto porque "à partida achamos que vivemos num país que é mais evoluído do que os de 3º mundo, que em termos temporais estamos em pleno Séc. XXI,  mas, afinal, muito do que damos por garantido não o é, e mais grave do que isso, está longe de o ser! Eu posso, por experiência própria, afirmar que o que vejo e sinto neste Bairro é em alguns casos pior do que eu já vi na África do Sul (Pretória e Joanesburgo) e no Brasil (Rio de Janeiro)". 

Acrescenta, ainda, que "não fazemos a mínima ideia do que é o dia a dia destas crianças" e, como tal, "qualquer ajuda só pode mesmo tornar o seu mundo um pouco melhor e com isso almejar a que possam ambicionar um futuro mais risonho". Em jeito de elogio, o profissional destaca que "devido á sua incansável fundadora “Xana Banana” as Crianças deste Bairro irão ter um espaço aberto diariamente onde podem estar e saber com o que contam, onde podem ter um local próprio, onde podem receber um mimo extra, onde podem parar". 

Por fim, deixa um apelo: "espero sinceramente que possam contribuir para este nobre projecto!".

Conheça mais sobre o projeto aqui.