Conheça hoje quais os fundos alternativos que as gestoras internacionais consideram para se enfrentar 2017.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
Os produtos de gestão alternativa são chamados a ocupar um espaço cada vez mais relevante nas carteiras dos investidores. De facto, a alocação a este tipo de estratégias tem crescido significativamente ao longo dos últimos anos, ao ponto de ocupar uma parte das carteiras médias superior a 10%. A forte compressão que sofreram as yields nos mercados de obrigações e as elevadas valorizações alcançadas por alguns mercados de ações (como o americano) levaram muitos investidores a apostar neste tipo de produto de investimento para descorrelacionar e reduzir o risco. Gerar ideias nem sempre é uma tarefa simples numa categoria como esta. A Funds People realizou uma sondagem entre os responsáveis de algumas gestoras internacionais sobre quais são as ideias que propõem em gestão alternativa para enfrentar 2017.
O produto de gestão alternativa eleito para 2017 por Beatriz Barros de Lis, diretora geral da AXA Investment Managers para a Ibéria, é o AXA WF Global Flexible Property. “Os ativos imobiliários, por sua natureza, são uma componente muito interessante para acrescentar às carteiras para obter maior diversificação. Neste sentido, na AXA IM lançámos o primeiro fundo disponível na Península Ibérica que investe tanto em ações como em dívida de empresas imobiliárias, que replica de certa maneira o balanço e a evolução dessas empresas. A vantagem de um fundo assim é que a sua componente de ações permite uma liquidez diária, uma maior diversificação e menores custos de transação que o investimento direto em ativos imobiliários”, assegura a responsável da entidade francesa na Ibéria.
O fundo de gestão alternativa selecionado por André Themudo, da BlackRock é o BSF Americas Diversified Equity Absolute Return Fund. Fala de um “fundo de ações alternativo com exposição a todo o continente americano (EUA, Canada e America Latina) e com um enfoque muito especial em técnicas de Big Data, ou seja, utiliza e analisa toda a informação disponível sobre os indivíduos (redes sociais, padrões de consumo ou consultas em motores de busca) e empresas (análise de textos em apresentações de resultados por exemplo) para selecionar empresas com maior potencial de valorização.
Já Sasha Evers, diretor geral da BNY Mellon IM para a Ibéria, elege o fundo BNY Mellon Absolute Return Bond Fund. “O fundo é gerido pela Insight, a nossa empresa especialista em retorno absoluto. Investe numa ampla gama de instrumentos de fixed income, com um enfoque no retorno absoluto e com o objetivo de gerar um retorno dos investimentos de 3% ao ano. Adicionalmente, centra-se na limitação dos riscos de queda. O fundo pode apresentar uma duration longa ou curta, regra geral no intervalo entre -3 e +3. Isto significa que o fundo tem o potencial de gerar retorno em contextos de taxas de juro em subida ou descida. Pode investir em instrumentos de fixed income tradicionais a longo prazo e também assumir posições de mercado mais neutras na curva de yields. O fundo é gerido de forma ativa durante todo o ciclo económico e está desenhado para poder obter rentabilidade em diferentes contextos de fixed income, incluindo taxas em subida”, explica Evers.
O produto de gestão alternativa selecionado por Mariano Arenillas, responsável da Deutsche AM para a Ibéria, é o Deutsche Invest I Global Infraestructure. Tal como explica, trata-se de um produto que investe em ações do sector de infraestruturas a nível mundial, como o do transportes, serviços públicos, água, energia e telecomunicações. “A vitória de Donald Trump nos EUA poderá acelerar o atual ciclo económico, com taxas de juro mais elevadas em resultado de uma maior inflação, redução de margens das empresas e menor crescimento real no longo prazo. O sector das infraestruturas está bem posicionado neste cenário, já que oferece serviços essenciais, em muitos casos em monopólio, com fluxos de caixa previsíveis, baixo risco e volatilidade, proteção contra a inflação e baixos custos operacionais”, afirma.
A grande aposta para o próximo ano de Ramón Pereira, diretor geral da Franklin Templeton Investments para Portugal e Espanha, é o Franlin K2 Alternative Strategies. “No contexto atual de taxas de juro vemos um interesse crescente no investimento em mercados alternativos. A K2 está há mais de 20 anos a investir nestes mercados, oferecendo soluções para investidores institucionais. O Franklin K2 Alternative Strategies é uma solução multi-estratégia com objetivo de volatilidade entre 3% e 5%. O fundo foi lançado há mais de três anos. A versão americana tem três anos e cinco estrelas Morningstar, enquanto a versão UCITS tem já dois anos”, explica o responsável.
A ideia de investimento que propõe Lucía Catalán, responsável da Goldman Sachs AM para a Ibéria e América Latina, é o GS Global Strategic Macro Bond Porftolio que “apesar de ser um fundo investe em estratégias de obrigações, inclui-se dentro do universo de estratégias alternativas líquidas e é gerido pela equipa de investimentos alternativos de fixed income da GS AM”. O objetivo do fundo é obter uma rentabilidade anualizada de 4% a 7% com volatilidade controlada através de uma combinação de seis sub-estratégias de valor relativo dentro do universo de fixed income e divisas. Destaca como principal vantagem o seu papel como ferramenta de diversificação. “Muitos dos nossos clientes apresentam uma exposição considerável a dívida corporativa e procuram soluções menos centradas neste segmento”. O fundo é uma versão UCITS de um hedge fund com uma estratégias muito semelhante e com 14 anos de track record.
O produto de gestão alternativa selecionado por Íñigo Escudero, diretor geral da Invesco para a Ibéria e América Latina, é o Invesco Global Targeted Returns, um fundo alternativo global. “Com um enfoque sem limitações no investimento em multiativos, a equipa de gestão tem a liberdade absoluta para investir em qualquer ideia em qualquer parte do mundo. Através de um enfoque baseado na convicção, a equipa identifica as ideias de investimento e a melhor forma de as executar para criar assim uma carteira verdadeiramente diversificada, aplicando sempre um estrito controlo de risco. Independentemente das condições de mercado, a equipa pretende alcançar uma rentabilidade anualizada bruta de 5% acima da Euribor a 3 meses num período de três anos e com menos de metade da volatilidade das ações globais. No seu terceiro aniversário, o fundo cumpriu as suas expectativas de rentabilidade (5,6% anualizados desde o lançamento) e de volatilidade (3,9%)”, enfatiza Escudero.
A grande aposta em alternativos de Javier Dorado, responsável da J.P.Morgan AM para Portugal e Espanha para 2017 é o JPM Systematic Alpha Fund. “Trata-se de um fundo de retorno absoluto com uma volatilidade próxima dos 3% desde o lançamento, há mais de 7 anos, e sólidas rentabilidades, que investe de forma diversificada em estratégias de Equity Market Neutral, Event-Driven, Arbitragem de convertíveis e Global Macro. Tem demonstrado uma correlação muito baixa com ativos tradicionais, e é construído com um objetivo de Beta nulo com os mercados de ações e baixa sensibilidade a taxas de juros. O fundo tem uma carteira extremamente diversificada (mais de 1.000 posições) com o objetivo de minimizar o risco idiossincrático”.
A eleição de Javier Mallo é o Legg Mason Permal Alternative Income Strategy. Segundo explica o responsável do Legg Mason Global AM para Ibéria, este fundo, que representa uma estratégia alternativa nas obrigações, conta com toda a infraestrutura da EnTrustPermal ao serviço de um produto UCITS com liquidez diária. “Trata-se de um fundo assessorado por gestores que contam com um verdadeiro ADN de investimento alternativo, e que gerem contas segregadas na plataforma proporcionada pela EnTrustPermal. Isto permite melhorar os seus custos, a definição do mandato e a maior transparência. Com um objetivo de rentabilidade de 4-6% e uma volatilidade inferior a 4%, cinco gestores selecionam atualmente estratégias de crédito estruturado líquido, “long/short crédit”, “systematic trading” e “event driven”. A correlação existente entre os gestores permite navegar as turbulências de mercado como as vividas durante janeiro, fevereiro e junho deste ano ou a correção nas obrigações de outubro e novembro. Em todos esses períodos, o fundo comportou-se de maneira positiva”, assinala Mallo.
O produto de gestão alternativa selecionado por Laura Donzella para 2017 é o Nordea 1- Global Long Short Equity Fund. Segundo explica a responsável da Nordea para Portugal, Espanha e América Latina, trata-se de um fundo de ações que representa uma solução alternativa líquida. “Durante os últimos anos, os mercados têm sido imprevisíveis e têm ido acompanhados por yields nem sempre positivos positivas e volatilidades elevadas. A experiência dos gestoresdo fundo juntamente com o contínuo ênfase no controlo de riscos fazem com que o fundo possua uma boa diversificação na alocação a ações globais”, assinala Donzella.
A procura de produtos alternativos de tem aumentado, sobretudo com a baixa ou nula direcionalidade, o que, segundo Gonzalo Rengifo, diretor geral da Pictet AM para Ibéria e América Latina – denota aversão ao risco e falta de oportunidades em obrigações tradicionais. “Enquanto os mercados continuam a mover-se num contexto de baixas taxas de juro, baixa inflação e alta incerteza os investidores procurarão soluções que limitem volatilidade e proporcionem descorrelação. É a alternativa da Pictet Total Return-Diversified Alpha, multi-estratégia “market neutral”, cujo objetivo é 3 a 5% ao ano sobre a Eonia em três anos e volatilidade anual de 5%. Tem exposição a múltiplas estratégias de fixed income e ações, sem restrição geográfica ou sectorial e seleciona gestoras da Pictet AM capazes de criar alfa de maneira persistente”, indica Rengifo.
O fundo alternativo proposto por Almudena Mendaza, responsável da Pioneer Investments para Ibéria é o Pioneer Funds – Absolute Return Multi Strategy. Segundo explica trata-se de um fundo de retorno absoluto multi-estratégia, gerido com um processo enfocado em diversificar de forma diferente da tradicional, comum para toda a nossa gama de multi-ativos baseada em quatro pilares de investimento. Macro: Estratégias macro que reflitam o cenário base; Hedging: Coberturas para os riscos com maior probabilidade e impacto neste cenário macro; Satélite: Estratégias satélite que procuram descorrelação e Selection: seleção dos instrumentos mais adequados (especialmente na parte de obrigações). “Ao tratar-se de um fundo de retorno absoluto, embora os 4 pilares sejam fundamentais, neste caso tem grande importância o pilar satélite, ao qual se aloca um orçamento de risco maior devido ao facto de investir em estratégias não direcionais como valor relativo, estratégias táticas e de curto prazo. As principais caraterísticas do fundo são: objetivo de Rentabilidade: Eonia +350/400 pontos básicos num ciclo de três anos; VaR Máximo de 6%; máximo nas ações de 50% e volatilidade média esperada de 4,5% (nas condições normais de mercado)”. É gerido por Davide Cataldo com Francesco D’Angelo.
Tal como explica Carla Bergareche, diretora geral da Schroders para Ibéria, no próximo ano continuaremos num contexto de mercado delicado com expetativas de elevada volatilidade onde será chave a diversificação e a descorrelação. “Os produtos alternativos líquidos oferecem aos investidores potencial de crescimento de capital ou geração de rendimentos a longo prazo, tendo em conta a importância de proporcionar uma solução mais estável no tempo, com menos quedas e subidas pronunciadas, tudo isso num contexto líquido e regulado. Consideramos que estamos e estaremos num contexto adequado para fundos long/short de ações como o Schroder ISF QEP Global Absolute, uma estratégia de retorno absoluto de ações que tenta captar as melhores oportunidades num universo de mais de 15.000 ações para proporcionar retornos positivos em qualquer contexto de mercado. Tudo isso com uma volatilidade que se tem situado historicamente abaixo da registada pelos índices de ações globais. A carteira mantém uma exposição líquida historicamente abaixo de 20% e um beta de mercado próximo de (beta neutral). Isto permite-lhe gerar retornos descorrelacionados àqueles que são obtidos pelos mercados”.