Costuma-se conferir valor aos bens tangíveis que se podem tocar e ver como selos, obras de arte ou joias. Não obstante, também se pode outorgar valor aos bens intangíveis. Neste contexto e, sobretudo, se falarmos do colecionismo e da arte, fala-se cada vez mais de tokens não fungíveis ou non-fungible token (NFT).
Como definimos os NFT
Na IEBS Business School explicam que os NFT se podem definir como um contrato no qual se estipula que uma pessoa é dona de uma cópia única insubstituível de um ativo digital. Assim, para assegurar que o contrato é seguro e verídico é armazenado numa rede pública, utilizando a tecnologia blockchain. Os NFT não são intercambiáveis porque são únicos, ainda que possa haver cópias fora. Não obstante, um NFT pode ser vendido a outra pessoa. Segundo refere a escola de negócios, a maioria destes tokens são escritos na rede Ethereum.
Que papel tem a blockchain
O facto de estar em blockchain garante que é auditável e que, se estes compradores decidirem vender o contrato de posse de um único ativo, poderá ser feito um seguimento.
Precisamente, a relevância dos NFT vem do facto de a sua procedência poder ser assegurada ao introduzir um código na programação. Permite, desta forma, que se a obra acabar por ser vendida a outro proprietário, a transação fica gravada na rede pública, e o criador ou artista será remunerado com uma percentagem por cada transação da mesma.
Como será a evolução dos NFT?
Apesar dos tópicos e deste mercado cripto dólar ter um cariz de negócio especulativo, tal como acontece com as criptomoedas, atualmente há previsões que apontam que continuará na mesma linha ascendente de crescimento registou nos últimos tempos. Segundo um estudo realizado pela empresa Invezz, que faz eco do IEBS Business School, espera-se que o volume de operações chegue a alcançar os 145 milhões de euros em outubro.
Entre as vendas mais famosas com NFT está a levada a cabo pelo boxeador e youtuber americano Logan Paul. Há uns meses pôs à venda 3.000 NFT de cartas de Pokémon e em poucos dias vendeu todos os ativos por cinco milhões de euros. O IEBS explica que o interessante desta ação é o valor destas cartas terão no futuro. Em 2021 custaram dois mil, mas espera-se que em 2030 possam aumentar até 30 mil. Outro caso conhecido é o do artista Mike Winkelmann, apelidado de Beeple, que vendeu em março o seu NFT “EveryDay - The First 5000 Days” por 69 milhões de dólares.
Riscos do auge dos NFT
Na escola de negócios a avisam que o auge dos NFT também aumentou os roubos de obras de arte digitais. “Esta é a principal problemática dos tokens, ainda que haja uma versão original do produto artístico, isso não impede que haja múltiplas cópias”, argumentam. Não obstante, “há só uma original, cuja propriedade fica gravada na blockchain”, comentam.
Exemplificam este risco com o roubo das suas coleções completas de NFT que no final de março reportou a plataforma de NFT Nifty Gateway. As suas contas foram hackeadas, o que desencadeou o roubo de ativos digitais avaliados em 150 mil dólares e a compra de outros através dos seus cartões de crédito.