Através de concurso, a Selecta, reconhecida pelo seu know-how, foi escolhida como responsável para gerir um fundo "desenhado" para incluir ativos imobiliários não estratégicos com origem em operações do grupo bancário Crédito Agrícola.
Com dez anos de existência no mercado, a Selecta, liderada por José António de Mello, reúne dez fundos disponíveis, e prevê atingir os 700 milhões de euros, sob gestão, até ao final do ano.
Criado há cerca de um mês, o ImovalorCA - fundo especial de investimento imobiliário fechado é o projecto mais recente da gestora. Com a marca (CA), do Credito Agrícola, o fundo surgiu por iniciativa da Caixa Central que “lançou um concurso para a escolha de uma sociedade que pudesse fazer a gestão de ativos imobiliários, não estratégicos, do Grupo Caixa Agrícola”, explica o presidente da instituição, José António de Mello, que simplifica dizendo que “o principio da criação deste fundo é a gestão de forma profissional de ativos imobiliários não estratégicos para o banco por uma sociedade independente e com know-how reconhecido”. Ser independente de um grupo financeiro foi importante no processo de decisão por parte do Crédito Agrícola.
Com um universo de investimento abaixo dos 100 investidores, o ImovalorCA apresenta-se como um fundo de investimento imobiliário fechado especial de de subscrição privada. O ImovalorCA é “um fundo especial porque permite incluir na mesma estrutura activos tao diversos como terrenos (para desenvolvimento e rústicos), residencial, serviços e comércio”, diz José António de Mello. O Fundo é fechado porque perante uma conjuntura como a atual, de volatilidade e fraca liquidez do mercado, se aconselha a que os veículos de investimento sejam de capital fixo e não de capital variável.
Outra das caraterísticas do novo produto da Selecta, por se tratar de um fundo especial com uma duração inicial de dez anos é o de "a subscrição inicial de capital estar ajustada aos ritmos dos investidores, podendo ter lugar durante um período de até 30 meses mediante subscrições mensais programadas, calendário que é mais flexível e alongado do que o aplicável aos Fundos Fechados de Subscrição Particular cuja subscrição inicial tem de ocorrer num momento único e num prazo máximo de até seis meses, momento a partir do qual estes fundos ficam sujeitos ao regime de aumentos de capital, com formalismos próprios e intervalos mínimos de seis meses entre cada aumento”, explica José António de Mello.
Desafios do imobiliário
Com os olhos postos no futuro, a Selecta, em permanente contacto com o mercado, espera lançar novos projectos até final do ano. Apesar disso, José António de Mello refere alguns constrangimentos no sector, relembrando que “os Fundos imobiliários tiveram um grande crescimento a partir do momento em que lhes foram dados benefícios fiscais, principalmente no IMT e no IMI; a partir de determinada altura, foram retirados esses benefícios aos fundos de subscrição privada, mantendo-se apenas nos de subscrição pública”. Mas o presidente da gestora relembra que “como parte significativa do investimento institucional é realizado pela via dos fundos de subscrição privada” e tal como já acontece em ouros países, “o regime fiscal e legal deveria ser adaptado para que o mercado português se tornasse mais competitivo”.