Mais subscritos em junho: apetite por risco manteve-se apesar da instabilidade nos mercados

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As tensões comerciais continuam a ser um factor de instabilidade para os mercados e o mês de junho não foi exceção. Neste âmbito, Rui Olo, responsável pelos produtos e investimentos na direção de marketing do ActivoBank, destaca o alargamento da imposição de tarifas sobre as importações de aço e alumínio à Europa, Canadá e México levado a cabo por Trump. Para além disto, o presidente dos Estados Unidos “envolveu-se num ambiente de retaliações com a China, com a aplicação de 200 mil milhões de dólares de tarifas adicionais a produtos oriundos daquela região do globo”, refere o profissional. Num ambiente de tensões comerciais em crescendo, os sectores automóvel e das matérias-primas foram dos mais penalizados, “ainda que Wall Street, à boleia do sector tecnológico, tenha conseguido terminar o mês com uma performance positiva”, conclui.

Não obstante, apesar da guerra comercial em curso, os clientes do ActivoBank parecem manter o apetite por risco, colocando nove fundos de ações no top 10 dos fundos mais subscritos. Em termos de temas e regiões em particular destaque, os clientes da entidade parecem ter preferido o investimento no sector tecnológico e em mercados emergentes, com a China à cabeça.

Foco (quase) absoluto em ações

No que diz respeito aos clientes do Banco Best, verificamos uma tendência clara: a preferência por fundos de ações. De facto, e à semelhança dos clientes do ActivoBank, no top 10 dos fundos mais subscritos apenas um produto não é um fundo de ações, não se verificando a presença de qualquer fundo de obrigações ou misto.

Sobre o único produto que foge à regra, o Man GLG European Alpha Alternative, Rui Castro Pacheco, diretor adjunto de investimentos no Banco Best, refere que este é “um fundo alternativo gerido com uma estratégia de posições longas e curtas em ações, que pretende estar tendencialmente neutra face ao mercado de ações (Market Neutral), ou seja, tenta ter proporções muito idênticas nas posições curtas e longas”.

Quanto aos fundos de ações, a tecnologia continua a ser uma presença assídua nas preferências dos clientes da entidade. Assim, entre os mais subscritos encontramos o BlackRock World Technology e o Franklin Technology, dois produtos mais diversificados e generalistas. Para além destes, entre as preferências estiveram também dois produtos mais focados em temas específicos, o Allianz Global Artificial Intelligence, “que investe em empresas que estão a desenvolver e a aplicar soluções de inteligência artificial”, e o Pictet Robotics, “que investe em empresas que procuram desenvolver soluções ligadas à robótica”.

A Europa, por sua vez, surge novamente enquanto uma das regiões preferidas, com dois fundos dedicados ao investimento em ações europeias. Falamos do MFS European Value, “que procura empresas de maior capitalização e de estilo Value”, e o Oddo BHF Avenir Europe, “que procura empresas de média dimensão com potencial de crescimento”. Por outro lado, verificamos a presença de um fundo mais genérico e global nesta lista, o Morgan Stanley Global Opportunity.

Rui Castro Pacheco destaca, ainda, a presença de duas novas temáticas entre as estratégias mais subscritas. Uma delas investe em empresas americanas de média capitalização e com preferência para o estilo Growth, o fundo Alger Small Cap Focus, e a outra procura empresas ligadas ao tema do lazer, viagens, diversão, etc., o Invesco Global Leisure.

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