O número de imóveis entregues em dação no segundo trimestre deste ano caiu face aos três primeiros meses do ano, de acordo com dados da APEMIP, um ‘”sinal positivo” do sector financeiro, considera o presidente da associação, Luís Lima.
Entre Abril e Junho foram entregues, segundo as estimativas da Associação dos Profissionais de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), 1.000 imóveis em dação em pagamento, menos 1.300 que no primeiro trimestre do ano.
É um “sinal evidente que o sector financeiro tomou consciência da gravidade do problema, [...] passando a encará-lo de forma completamente diferente, através de tentativas de renegociação com os clientes, solução que acaba por se reflectir nos números respeitante ao segundo trimestre de 2012”, refere Luís Lima, em comunicado.
Apesar da redução evidenciada entre Abril e Junho, o número total de imóveis entregues pelos clientes aos bancos nos primeiros seis meses do ano aumentou face ao período homólogo, em 8,9% para 3.300.
De acordo com as estimativas da associação, as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto concentram 34,6% das ocorrências relativas a imóveis entregues em dação, sendo que, dos 10 municípios mais penalizados em termos nacionais, “apenas três pertencem a estas duas unidades territoriais (Valongo, Vila Nova de Gaia e Sintra), pertencendo os restantes a zonas distintas do país, (Coimbra, Entroncamento, Funchal, Guimarães, Lagos, Santa Cruz – Madeira e Silves)”.
No mesmo comunicado, o presidente da APEMIP defende que a entrega de imóveis em dação “deve ser sempre o último recurso” e apela à criação de mecanismos de renegociação, que poderão passar pela redução do ‘spread’, diminuição do prazo do indexante, pela alteração da taxa de juro ou pelo aumento do prazo dos empréstimos; parâmetros “devem ser legalmente definidos, obrigando as entidades bancárias a considerar alternativas antes de declarar o incumprimento definitivo do contrato do crédito à habitação”, salienta.