Num momento de mudança de paradigma financeiro, os hedge funds surgem como uma alternativa atrativa para a diversificação de carteiras. O UBP organizou um evento com gestores líderes para explorar como estes produtos podem oferecer rendimentos diferenciados.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
Num contexto de mudança estrutural nos mercados financeiros, os hedge funds voltam a ocupar um lugar central nas estratégias de diversificação. O atual contexto, caraterizado por um aumento da volatilidade e da dispersão, oferece um terreno fértil para estas estratégias alternativas. O UBP, pioneiro neste setor desde os anos 70, organizou um evento com gestores líderes para explorar como os hedge funds podem oferecer retornos diferenciados neste novo regime.
Fredrik Langenskiöld, responsável de seleção de fundos alternativos da UBP AIS, destacou a resiliência da entidade no âmbito dos fundos alternativos e o seu compromisso a longo prazo. “Mantivemos a nossa aposta nos hedge funds ao longo de décadas, gerindo atualmente mais e 16.000 milhões de dólares em ativos alternativos”, afirma. O responsável explicou ainda as três fases que marcaram a evolução destes fundos e como o atual contexto favorece o seu ressurgimento.
O selecionador do UBP definiu três períodos-chave para os hedge funds: os anos dourados (1990-2000), marcados por mercados impulsionados por fundamentais sólidos; a década perdida (2010-2019), em que as políticas expansivas e a baixa dispersão limitaram as oportunidades; e o atual renascimento (2020-presente). Nesta última, o fim da globalização como paradigma dominante e o aumento do custo de capital criaram um ambiente propício. “A volatilidade e a dispersão atuais oferecem um terreno fértil para os hedge funds, permitindo captar retornos não correlacionados”, explicou.
Os parceiros estratégicos do UBP
As entidades que participaram na apresentação – Campbell & Co., Brigade Capital e Bain Capital Public Equity – são para o UBP não só gestores externos, como também parceiros-chave na sua plataforma de fundos alternativos. Estas gestoras foram selecionados não só pela sua experiência e capacidade de gerir hedge funds, mas também pelas suas visões complementares e diferenciadas do mercado. Frederik Langenskiöld afirmou que “para o UBP, estas parcerias representam uma colaboração de longo prazo, em que o UBP não só distribui estes fundos, como investe neles através dos seus produtos e para os seus clientes”.
A visão da Campbell & Co: diversificação sistemática
Kevin Cole, CEO e CIO da Campbell & Co., apresentou como a sua empresa utiliza estratégias quantitativas para oferecer retornos absolutos numa vasta gama de ativos. A entidade conta com mais de cinco décadas de experiência e 4.900 milhões de dólares em ativos sob gestão.
A Campbell é líder em estratégias multiativos e procura oferecer retornos absolutos que sejam independentes da evolução dos mercados tradicionais. “Aplicamos o investimento sistemático de forma disciplinada, operando em 80 mercados de derivados e mais de 1000 ações individuais com uma infraestrutura tecnológica avançada”, assinalou Kevin Cole. Estas capacidades permitem à Campbell captar oportunidades em mercados voláteis, assegurando uma diversificação eficaz e um controlo rigoroso do risco.
De acordo com o CEO, têm capacidade para operar com um sofisticado sistema de execução algorítmica e uma infraestrutura tecnológica de alta velocidade. A empresa destaca-se pela sua abordagem diversificada que combina: estratégias de acompanhamento de tendências (trend-following), trading a curto prazo, modelos macro quantitativos e estratégias de ações neutras em termos de mercado.
Oportunidades em crédito: a abordagem da Brigade Capital
Sob a liderança de uma equipa experiente, incluindo o co-CIO Doug Pardon, e com 27.000 milhões de dólares em ativos sob gestão, a Brigade Capital criou uma equipa de 47 profissionais de investimento, incluindo 33 analistas setoriais e 12 especialistas. Centra-se em estratégias de crédito long/short, visando obrigações corporativas e swaps de incumprimento creditício para gerir o risco. Com uma abordagem fundamental e análise bottom-up, a Brigade identifica oportunidades de valor no setor de crédito estruturado e de high yield.
Doug Pardon destacou setores como a tecnologia e a inteligência artificial como áreas-chave para o crescimento, ao mesmo tempo que adota uma postura mais conservadora em setores cíclicos como o automóvel. “As atuais taxas permitem-nos identificar valor em setores não cíclicos enquanto gerimos riscos em áreas mais vulneráveis”, explicou. Esta dupla estratégia garante que a Brigade está bem posicionada para navegar a volatilidade do mercado.
O posicionamento atual do fundo pode ser resumido da seguinte forma:
- Enfoque principal em setores não cíclico ou contra-cíclicos na parte longa da carteira;
- Posições curtas estratégicas em setores cíclicos, particularmente em automóveis e industrias tradicionais.
Bain Capital Public Equity: seleção num horizonte a longo prazo
Joshua Ross, CIO da Bain Capital Public Equity, apresentou uma filosofia de investimento centrada numa análise profunda e numa abordagem a longo prazo. Com o apoio do ecossistema da Bain Capital, que gere 185.000 milhões de dólares em ativos, a sua equipa aproveita uma integração única entre mercados públicos e privados.
Joshua Ross explicou que “os movimentos de mercado a curto prazo são quase sempre aleatórios, mas, a longo prazo, as ações seguem os lucros”, destacando a importância de ter uma perspetiva temporal mais ampla. A Bain Capital Public Equity identifica oportunidades em mercados planos e voláteis, onde a dispersão permite gerar alfa através da seleção fundamental.
A estrutura setorial especializada da Bain Capital Public Equity, com 13 profissionais apoiados por uma plataforma global, proporciona uma vantagem competitiva. Esta integração permite à entidade explorar sinergias entre as suas divisões de capital privado, risco, crédito e mercados públicos.
“O atual contexto exige inovação, análise profunda e gestão ativa de risco”, concluem os especialistas. Com a sua capacidade para retornos não correlacionados e a sua abordagem flexível, os hedge funds posicionam-se como uma ferramenta essencial para construir carteiras resilientes num mercado em constante mudança.