A AXA Investment Managers e a Natixis Investment Managers Solutions confrontam as suas opiniões sobre um tema de que se fala cada dia mais.
O tapering preocupa, e muito, alguns profissionais da indústria da gestão de ativos. Outros, pelo contrário, não se preocupam tanto. Na indústria encontramos duas visões sobre o tema. Jerome Powell falou recentemente disso, mas sem referir quando irá acontecer. Também não se sabe como vai acontecer. Algumas entidades consideram provável que o cenário de tapering se traduza numa redução gradual de 10.000 milhões de dólares nas compras de T-notes em cada Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) em 2022. O que parece claro é que o pico dos estímulos monetários já foi superado.
A visão da AXA IM
Para Gilles Möec, economista chefe da AXA Investment Managers, “o tapering é o problema mais importante e mais imediato que temos pela frente”. A seu ver, o debate sobre o tapering adquire uma luz específica na zona euro, já que o crescimento do balanço do BCE nesta crise foi especialmente pronunciado. “Se a autoridade monetária europeia optar por voltar ao ritmo anterior de compras de obrigações soberanas, isso mostrará, de novo, que está disposto a tolerar uma nova subida das yields”, afirma.
A visão da Natixis IM
Segundo Jack Janasiewicz, gestor da Natixis IM, os mercados parecem estar obcecados com o tapering. “Parecem estar convencidos de que a Reserva Federal dos Estados Unidos começará a discutir o tapering na sua próxima reunião de junho, assentando as suas bases para uma redução das compras de ativos mais à frente no ano”, indica. Não obstante, esta atitude dos mercados “parece não estar em linha com os objetivos declarados pela própria Fed”.
De acordo com o especialista, a própria autoridade monetária referiu repetidamente que “ainda temos de ver um progresso adicional substancial na frente laboral”, para poder planear o tapering. Por isso, o especialista questiona: se não fizemos progressos substanciais nessa frente e a Reserva Federal está a caminhar para um objetivo de inflação média flexível, porque iriam começar já a reduzir a inflação?”, questiona.