Estreada em 2011, no Teatro alla Scala, em Milão, Quartett situa-se, segundo Heiner Müller, algures entre a Revolução Francesa e a Terceira Guerra Mundial. Luca Francesconi seguiu esta indicação para criar o libreto e compor a música desta ópera encenada, carregada de crueldade e ironia, tal como a peça homónima, estreada em 1980, pelo dramaturgo alemão.
Inspirando-se no romance epistolar Les Liaisons Dangereuses, de Choderlos de Laclos, Müller resume as suas ligações perigosas aos protagonistas, a Marquesa de Merteuil e o Visconde de Valmont, que se servem dos seus romances extra-conjugais para alimentar a guerra de poder que domina a relação entre os dois. Merteuil e Valmont mudam de sexo e consumam cenas de amor que tanto colocam a Marquesa de Merteuil como “mulher casada” ou como “virgem”. A duplicação de personagens deu origem ao título Quartett na peça de Müller e Luca Francesconi manteve-o.
A direção artística está a cargo de Àlex Ollé, dos La Fura dels Baus, e direção musical da maestrina Susanna Mälkki.
A ópera pode ser vista hoje às 21h, e amanhã as 19h, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian.