A Inteligência Artificial sai do ecrã

Romualdo Trancho. Créditos: Cedida (Allianz GI)

TRIBUNA de Romualdo Trancho, diretor de Desenvolvimento de Negócio para Portugal da Allianz Global Investors. Comentário patrocinado pela AllianzGI.

A inteligência artificial generativa (IA), com ferramentas como o ChatGPT, está nas bocas do mundo. O impensável tornou-se o quotidiano. Os avanços são evidentes em muitas áreas: a aprendizagem das máquinas e a sua capacidade para resolver problemas e interagir de forma eficaz com os seres humanos está a progredir a grande velocidade. Como diriam os fãs dos jogos de video, a IA foi além do ecrã. Subimos um nível, mas ainda estamos muito longe do ponto de destino. A capacidade de inovação e o potencial de melhoria oferecido por esta tecnologia ainda é enorme.

Estamos nos estágios iniciais da transformação impulsionada pela IA. O investimento em IA continua a ser uma prioridade para empresas de vários setores e indústrias, que procuram formas de melhorar o seu posicionamento competitivo e as suas perspetivas de crescimento. O número de organizações que integram a IA em pelo menos uma função empresarial aumentou de 20% para 50% nos últimos cinco anos, segundo o Inquérito Global de IA de 2022 da McKinsey.

As empresas precisam investir recursos humanos e financeiros para tentar aproveitar todo o potencial que a IA oferece a longo prazo. A escassez de mão-de-obra (uma tendência que vai ser acentuada pela demografia) e as deslocalizações, dois fenómenos em crescendo, traduzem-se em custos laborais e de capital mais elevados para as empresas. E é aqui que a IA pode aportar valor.

A IA vai ajudar a lidar com custos crescentes por via de melhorias da produtividade e da automação. Estamos nas primeiras fases de uma mudança disruptiva massiva provocada pelos avanços na inteligência artificial e na respetiva implementação. Estas mudanças impulsionarão um crescimento significativo para as empresas que forem capazes de aproveitar e impulsionar a disrupção nos seus respetivos setores.

Darwinismo digital

As empresas estarão sujeitas a um darwinismo digital em que haverá claros vencedores e perdedores. Os que se adaptarem rapidamente e aproveitarem o ponto de inflexão que estamos a alcançar em termos de acessibilidade a novas tecnologias disruptivas serão os grandes vencedores, enquanto os outros ficarão para trás. Para os investidores em ações, isto significa uma abordagem focada na seleção de ações, capaz de reconhecer as nuances intra e intersetoriais e o impacto desigual que decorre do rápido desenvolvimento e da implementação da IA.

As empresas precisam melhorar a produtividade e fazer mais com menos numa economia mais lenta. Muitas das nossas participações nos setores automóvel, de consumo, saúde e financeiro já estão a assistir aos primeiros benefícios da IA. Esperamos que mais indústrias coloquem em marcha iniciativas de IA num número maior de operações para acelerar a sua evolução digital. O universo da IA ​​continua a expandir-se e a sua adoção parece estar prestes a atingir outro ponto de inflexão. Acreditamos que os investimentos em inteligência artificial serão um catalisador para as empresas líderes em muitos setores e indústrias, à medida que procuram melhorar o seu posicionamento competitivo e as suas perspetivas de crescimento.

Alguns setores como os fabricantes de hardware ou muitas atividades de prestação de serviços podem ser um dos que experimentam mudanças mais significativas a curto prazo, mas o potencial disruptivo da IA estende-se a todos os tipos de negócios e indústrias.