Chart of the Week – Fim do apoio federal ao subsídio de desemprego nos EUA

Francisco Cavaco. Créditos: Cedida (BiG)

Chart of the Week é da autoria de Francisco Cavaco, analista do BiG Research.

O gráfico que destaco relaciona o nível de desemprego de julho (dados mais recentes à data que o artigo foi escrito) nos diversos estados norte americanos e o correspondente subsídio de desemprego praticado em cada estado. Como resposta ao impacto avassalador que a pandemia teve no mercado de trabalho – foram destruídos 30 milhões de postos de trabalho em 2 meses -, o Presidente Donald Trump, assinou como lei, a 27 de março de 2020, o Coronavirus Aid, Relief, and Economic Security (CARES) Act, de modo a expandir - em 600 dólares por semana - o subsídio de desemprego de cada Estado aos trabalhadores afetados pela pandemia, incluindo trabalhadores que não seriam elegíveis aos benefícios de desemprego. Com o pacote de ajuda de 900 mil milhões de dólares aprovado em dezembro de 2020, ainda sob a presidência de Trump, o apoio federal ao subsídio passou a ser de 300 dólares semanais.

Em março de 2021, o atual Presidente Joe Biden, assinou como lei o The American Rescue Plan Act, que levou à extensão das medidas de assistência à pandemia, incluindo o apoio federal ao subsídio de desemprego até dia 6 de setembro de 2021. Após 17 meses de apoio generoso ao desemprego, o subsídio federal está prestes a terminar, ficando a incerteza de como será a recuperação no mercado de trabalho norte-americano.

Apesar de ainda ser cedo para retirar uma conclusão exata de qual será o impacto no emprego, talvez possamos inferir que haverá uma maior oferta de trabalho e, consequentemente, uma redução na taxa de desemprego (Jerome Powell reforçou esta ideia no seu discurso em Jackson Hole). Se olharmos aos Estados que abandonaram o subsídio federal antecipadamente (alguns tão cedo como 12 de junho), o resultado parece ser positivo, pois a média da taxa de desemprego nos Estados que já abandonaram é de 4,5%, que compara com uma média de 5,5% nos restantes.

Caso o mercado de trabalho recupere de forma célere, a Reserva Federal ficará sem justificação para manter uma postura tão acomodatícia, forçando a Fed a antecipar o tapering na compra de obrigações.