Chart of the Week - Índice de Preços do Consumidor dos EUA

Mário Carvalho Fernandes
Mário Carvalho Fernandes, CFA. Créditos: Cedida (Banco Carregosa)

Chart of the Week é da autoria de  Mário Carvalho Fernandes, CFA, Chief Investment Officer do Banco Carregosa.

Esta semana os investidores no mercado aguardavam, com expetativa, pela divulgação do Índice de Preços do Consumidor dos Estados Unidos da América (EUA), relativo ao mês de abril de 2022. Após este indicador ter revelado um aumento dos preços de 8,5% face ao período homólogo em março, o consenso apontava para um aumento dos preços a um ritmo inferior, na em torno dos 8.1%. O número divulgado acabou por revelar uma redução do ritmo anterior, mas numa dimensão inferior ao esperado, indicando uma variação de preços de 8.3% nos últimos 12 meses. Assim, a inflação mensal surpreendeu também face às expetativas e mesmo as rubricas menos voláteis revelam que o fenómeno inflacionista não está contido nos bens energéticos e alimentares, tradicionalmente mais voláteis.

Este fenómeno inflacionista tem estado a ser sustentado pela pressão do preço da energia que se repercute através das matérias primas de forma mais generalizada para a economia. No caso dos EUA, a repercussão está a fazer sentir-se nos salários, que beneficiam da situação de pleno emprego.

Fonte: Bloomberg, Banco Carregosa (11/05/2022)

Apesar das expetativas de que a postura mais restritiva da política monetária global possa inverter este ciclo de subida de preços, esse movimento dificilmente ocorrerá sem que os preços das matérias primas nos mercados internacionais indiciem pelo menos alguma estabilização.

Atualmente, o gráfico aqui reproduzido mostra que em termos homólogos, o preço da generalidade das matérias-primas continua a crescer a um ritmo elevado. Em particular, a componente energética não revela sinais de desaceleração e sem esse contributo, dificilmente se assistirá a um alívio da pressão inflacionista nos EUA.