O Chart of the Week é da autoria de Luis Henriques, gestor na Square Asset Management.
Saiu nos EUA na passada segunda-feira, dia 13, o Market Report: Q1’23 Warehouse Pricing Index Report, da Warehouse Quote, o qual veio alertar para uma causa persistente de inflação na cadeia de valor, a qual deverá preocupar os consumidores e os agentes económicos.
Embora muitas destas causas de inflação na cadeia de valor que alimentaram os preços mais altos dos bens tenham, especialmente durante o segundo semestre de 2022, diminuído drasticamente (nomeadamente, mas não só, combustíveis e freight costs), o não-escoamento do inventário que permanece nos armazéns devido à queda na procura, está a fazer aumentar significativamente o valor dos custos de armazenamento, os quais subiram 1,4% no último mês, e quase 11% no último ano.
Outra razão apontada que contribui para este efeito é a falta de oferta de novas instalações de qualidade, problema que subsiste há vários anos.
Dado o atual contexto de subida de taxas de juro, em relação a este indicador, não se anteveem boas notícias para os próximos tempos. E, para mais, quando o comércio online continua - agora mais lentamente do que no período da pandemia, é certo - a ganhar importância.
Como se pode ver no gráfico, a vacancy rate deste tipo de espaços caiu até setembro de 2022 quase 40 pontos percentuais, quando comparada com janeiro de 2021, o que vem justificar os fortes aumentos com que agora nos deparamos.
Obviamente, a tentativa de transpor estes dados para o lado de cá do Atlântico não é viável. No entanto, sabendo que em Portugal temos um problema talvez ainda mais grave de falta de oferta de edifícios de logística adaptados às necessidades atuais do mercado, há que considerar a possibilidade de nos virmos a deparar com uma situação similar no curto/médio prazo.
